Por Que o ERP Isolado Não Sustenta Mais a Gestão Moderna, Segundo Especialistas
Camadas inteligentes e integração via APIs impulsionam automação, agilidade e governança financeira
Por anos, o ERP (Planejamento de Recursos Empresariais) foi o centro nervoso das operações empresariais, consolidando dados e processos de diferentes áreas em um único sistema. No entanto, a crescente complexidade das transações financeiras e a demanda por decisões mais rápidas e baseadas em dados têm exposto limitações importantes desse modelo.
Hoje, a chamada “orquestração financeira”, que utiliza APIs para criar camadas inteligentes sobre o ERP, desponta como a evolução natural dessa infraestrutura. De acordo com estudo da McKinsey, empresas que integram automação e análise avançada aos processos financeiros conseguem reduzir até 25% dos custos operacionais e aumentar a velocidade de execução em até 30%.
Para Lígia Lopes, CEO da Teros, plataforma de automação inteligente que transforma dados em resultados, o ERP continua sendo a base, mas ele sozinho não acompanha o ritmo atual dos negócios: “É preciso adicionar inteligência e conectividade para transformar dados em ação e decisões estratégicas”.
A transformação é impulsionada pela explosão dos pagamentos digitais e pela pressão por compliance e governança em tempo real. Dados da Juniper Research, citados em 2024, mostra que o valor global de pagamentos B2B deve alcançar US$ 124 trilhões até 2028, crescendo 40% em relação aos US$ 89 trilhões de 2024, tornando inviável a gestão manual ou baseada apenas em módulos nativos de ERP.
Neste cenário, APIs funcionam como pontes dinâmicas, conectando o sistema de gestão a bancos, fintechs, gateways de pagamento e plataformas de análise.
“Outro ponto é que muitos ERPs, apesar de robustos, ainda operam como grandes repositórios de dados, carecendo de automação ativa. Sem a camada de orquestração, as empresas acabam gastando tempo com tarefas repetitivas e vulneráveis a erros, como conciliação manual ou controle de fluxo de caixa em planilhas. Com APIs, é possível automatizar essas etapas e ganhar previsibilidade financeira”, complementa a CEO.
Ainda conforme Lígia, a vantagem não está só na automação, mas também na visibilidade ampliada das operações. Com integrações bem estruturadas, gestores podem acompanhar entradas, saídas, saldos e previsões em tempo real, além de definir regras automáticas para aprovações e bloqueios. Dessa forma, com capacidade de ação imediata, a empresa reduz consideravelmente os riscos enquanto melhora a tomada de decisão e fortalece o controle interno.
No Brasil, a pressão por eficiência é ainda maior, especialmente após a chegada do Pix e a expansão do Open Finance, que ampliaram o volume e a velocidade das transações. A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2025 mostra que as chamadas de APIs entre instituições participantes do open finance cresceram 347% entre as fases 2 e 4 do sistema, impulsionando integrações e automação de processos.
Contudo, um fator importante levantado pela porta-voz da Teros é que a orquestração não exige substituir o ERP existente, o que tornaria a mudança inviável para muitos negócios, mas sim potencializá-lo. Ao sobrepor camadas inteligentes, pode-se preservar o investimento feito no legado e, ao mesmo tempo, incorporar tecnologias modernas que se adaptam às exigências do mercado.
“Isso permite que empresas avancem para a transformação digital de forma gradual e sustentável. A nova era da gestão financeira não é sobre abandonar sistemas tradicionais, mas usá-los como alicerces para uma operação mais ágil, segura e integrada. O ERP, quando combinado a soluções de orquestração via APIs, se torna um motor para decisões ainda mais estratégicas”, conclui Lígia Lopes.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>