Planejamento sucessório cresce no radar de investidores com mudanças tributárias

Segundo especialistas, a antecipação é fator determinante. “O momento de pensar no futuro não é quando ele chega, mas antes”, afirma Patrícia Mello Cabral, 2ª Tabeliã de Notas de Santo André e diretora do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB/SP). Ela explica que, com um plano bem estruturado, é possível evitar desgastes emocionais, preservar o patrimônio e reduzir de forma significativa os custos e a burocracia na transferência de bens.

Entre as principais estratégias estão a prevenção de conflitos familiares, por meio da definição antecipada do regime de bens e de partilhas claras para evitar longas disputas judiciais; a redução de tributos, com o uso de instrumentos como doação em vida e testamento para antecipar a sucessão e diminuir o impacto do ITCMD; a proteção patrimonial, por meio de mecanismos que blindam ativos contra riscos como ações judiciais e dívidas; e a continuidade empresarial, com a transferência estruturada da gestão para garantir que a operação siga sem prejuízos.

Tendências recentes incluem a doação com reserva de usufruto, que permite ao titular transferir a propriedade de um bem em vida mantendo o direito de uso e renda até o falecimento. Para Patricia, o cenário tributário é um dos principais gatilhos do movimento atual: “Estamos observando um aumento de pessoas que antecipam decisões para aproveitar a legislação vigente e minimizar riscos de alta tributária no futuro.”

O tema será um dos destaques do XXIV Congresso Paulista de Direito Notarial, que acontece de 27 a 29 de agosto de 2025, no Hotel W, em São Paulo, reunindo especialistas para debater novas estratégias e tendências no setor.