LGPD no setor público: entendendo os tropeços na conformidade
Por Guilherme da Silva, diretor de produto da Bravonix
Uma auditoria recente realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) com 387 entidades federais revelou um dado alarmante: apenas 42% dos órgãos públicos atingiram o nível mínimo de maturidade exigido pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Sete anos após a sanção da norma, a maioria das instituições ainda enfrenta falhas estruturais em aspectos como preparação organizacional, capacitação técnica e controle de riscos.
Esse cenário não se restringe à não observância integral da LGPD. Traz ainda a incidência de outros normativos setoriais de igual importância que, se não implementados conjuntamente, podem expor a administração pública a sanções administrativas da ANPD e de outras autoridades públicas, ações civis públicas, bloqueios orçamentários e, principalmente, a danos reputacionais que comprometam a confiança no órgão, gerando não só consequências de ordem moral, mas também restrições orçamentárias.
Por isso, a pressão por transparência e por respostas claras dos órgãos sobre segurança da informação e processamento de dados é crescente, sobretudo porque essas estruturas ainda recorrem a planilhas e processos manuais para implementar as exigências normativas e monitorar as atividades de adequação.
Diante dessa problemática, nascem soluções como a LGPDNOW, plataforma brasileira de conformidade automatizada à LGPD, que ganha espaço por oferecer uma resposta ágil e rastreável às exigências legais. Baseado em um framework de conformidade guiado por artigos da legislação, o sistema gera um Indicador Geral de Maturidade, destacando exatamente onde cada órgão ou empresa está no cumprimento das obrigações e quais vulnerabilidades devem ser mitigadas.
A Matriz de 400 Pontos, um dos pilares da ferramenta, analisa políticas, normas e a efetividade real dos controles de privacidade e segurança da informação, vinculando cada risco identificado ou apontamento de melhoria a um plano de ação automatizado e auditável. O painel executivo, com atualização mensal, permite que gestores públicos tenham a visão exata do nível de maturidade do órgão no que tange à Lei e tomem decisões assertivas para o avanço contínuo, sendo um grande aliado e diferencial diante de fiscalizações do próprio TCU.
A plataforma também oferece, além de outras automações para as atividades de adequação à LGPD, o módulo de Gestão de Incidentes, com workflows automáticos, possibilidade de registro de incidentes, notificações em tempo real, indicador de riscos relacionados, registro de comunicado à ANPD quando necessário e integração entre áreas como compliance, jurídico e atendimento ao cidadão. Há o painel de gerenciamento do tratamento dos incidentes, que permite a visualização global do histórico de ocorrências e dos casos em andamento, facilitando, em caso de vazamento, que o órgão atue de forma ágil e padronizada, reduzindo ruídos internos e demonstrando responsabilidade perante a ANPD.
A implementação da inteligência artificial na plataforma fortalece a atuação dos agentes de tratamento de dados pessoais e DPOs, pois auxilia na detecção de riscos, apoia na redação de notificações oficiais, entre outras assistências que contribuem para a análise humana quanto ao adequado tratamento de dados pessoais. É uma virada de chave. Não se trata mais apenas de evitar multas, mas de garantir legitimidade institucional na era digital.
Guilherme da Silva é diretor de produto da Bravonix, integradora de soluções de tecnologia, inteligência artificial, cibersegurança e compliance.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>