Sinistralidade imprevisível em um cenário de tecnologia e informação avançada
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Giovana Lino
- SEGS.com.br - Categoria: Seguros
Por Flávio Lisboa, sócio e diretor de Serviços Financeiros da Falconi
Em um setor que nunca teve tanto acesso a informações e recursos tecnológicos, a sinistralidade no mercado segurador continua surpreendendo muitos. Essa constatação aparece com frequência nas conversas entre executivos e especialistas. Mesmo com investimentos expressivos em analytics, machine learning e plataformas integradas, ainda ocorrem episódios de sinistros com impactos relevantes nas carteiras.
A contradição é clara, pois, apesar da abundância de dados e da sofisticação dos sistemas, as decisões estratégicas e operacionais nem sempre se conectam. O verdadeiro obstáculo não está na falta de informações, mas na ausência de integração entre quem coleta, quem analisa e quem executa as ações.
Em muitas seguradoras, pricing, subscrição, sinistros e comercial funcionam de forma isolada. O pricing constrói modelos estatísticos avançados, enquanto a subscrição segue protocolos que nem sempre refletem esses alertas. O time de sinistros atua de forma reativa, resolvendo problemas pontuais, enquanto a área comercial busca expansão muitas vezes sem considerar plenamente o impacto no risco.
O resultado é um risco reconhecido, mas sem um responsável definido. Falta autoridade ou mecanismos de governança capazes de permitir uma ação rápida. Em alguns casos o pricing já indicava problemas em determinados nichos, porém as propostas continuavam a ser aprovadas, pressionadas por metas comerciais e restrições de autonomia. O desfecho costuma se repetir, com aumento nos sinistros e necessidade de ajustes drásticos.
Outro fator é a visão equivocada do sinistro como algo isolado, um acaso. Na realidade ele é a consequência final de decisões tomadas ao longo de meses ou anos. Produtos com incentivos desalinhados, canais de venda focados em volume, políticas de aceitação permissivas e processos que ignoram padrões recorrentes contribuem para um ambiente de deterioração contínua.
Nesse sentido, a sinistralidade não é uma exceção, mas um fenômeno sistêmico. Combater esse quadro requer encarar o risco como resultado de construção, não como episódio inesperado, o que implica maturidade organizacional.
Interessante notar que não são as seguradoras com mais tecnologia que controlam melhor a sinistralidade, mas sim aquelas capazes de interpretar dados, unir áreas e agir com rapidez. Empresas com comitês multidisciplinares, indicadores compartilhados, modelos preditivos influentes e subscrição adaptativa têm mais condições de reagir antes que o problema se agrave.
A mudança real acontece quando a pergunta deixa de ser “por que isso aconteceu?” e passa a ser “quais decisões tornaram esse risco previsível?”. Afinal, sinistralidade não é apenas um índice, é um reflexo das escolhas que moldaram a carteira e da habilidade da companhia de agir antes que os sinais se transformem em prejuízos.
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