Atenção Primária à Saúde: importância para as mães
Renata Ramos, Enfermeira Obstetra Sênior da Sami Saúde, explica que, apesar dos avanços na taxa de aleitamento, o número continua fora da meta estabelecida pela OMS e pelo governo federal
Agosto é o mês do Agosto Dourado, campanha que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação e destaca os inúmeros benefícios do leite materno para o bebê e para a mãe. No Brasil, a taxa de aleitamento materno exclusivo entre bebês menores de seis meses atingiu 45,8%, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. Apesar dos avanços, o número ainda está fora da meta de 70% estabelecida pela OMS e pelo governo federal para 2030.
Esse cenário mostra que mais do que nunca o país precisa da combinação de políticas públicas, Atenção Primária à Saúde e conscientização para que mais mães consigam amamentar seus filhos de forma saudável. De acordo com a Universidade de Oxford, crianças que mamam até pelo menos um ano apresentam QI mais alto na adolescência. Já o aleitamento exclusivo até os seis meses reduz significativamente o risco de síndromes respiratórias e outras doenças infecciosas nos primeiros anos de vida.
“Em primeiro lugar, o leite materno garante uma nutrição completa para o bebê, pois contém todos os nutrientes essenciais para um crescimento saudável, além de fornecer anticorpos que fortalecem o sistema imunológico da criança. A prática reduz significativamente o risco de diversas doenças, como infecções, alergias e obesidade infantil, e também contribui para a proteção da saúde da mulher”, conta Renata Ramos, Enfermeira Obstetra Sênior da Sami Saúde.
A profissional explica que a amamentação é um ato além do fisiológico, envolvendo também o aspecto emocional. O acolhimento da rede de apoio, seja no ambiente familiar ou nos serviços de saúde, é essencial para que a mulher se sinta segura, confiante e acompanhada em suas escolhas. Nesse contexto, a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental no cuidado contínuo e preventivo, promovendo informação qualificada, escuta ativa e acompanhamento desde o pré-natal.
“A amamentação, sem dúvidas, representa uma forma eficaz de prevenção. É fundamental lembrar que nem todas as mulheres conseguem amamentar, e isso não as torna menos mães. Diversos fatores, como questões de saúde, baixa produção de leite, uso de medicamentos, dificuldades emocionais ou falta de apoio, podem interferir nesse processo. A APS neste caso pode oferecer acompanhamento contínuo, acolhimento e suporte personalizado para que cada mãe seja respeitada e orientada em suas escolhas. O mais importante é que o bebê receba amor, cuidado e nutrição adequada, e que a mãe seja acolhida em suas decisões, sem julgamentos”, completa.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>