O que o Méqui me ensinou sobre liderança: lições do rebranding do McDonald’s no Brasil
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Paulo Viarti
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Em uma manhã chuvosa em Chicago, entrei na sede global do McDonald’s ao lado de João Branco, então CMO no Brasil, para apresentar uma decisão que já havíamos colocado de pé: trocar o nome da marca para “Méqui”. A campanha já estava no ar, os resultados começavam a aparecer, mas sabíamos que o movimento causaria resistência interna.
Aquele voo Guarulhos–Chicago foi um dos mais tensos da minha vida. Ele levava todos os gráficos, pesquisas e dados que comprovavam nossa decisão. Ainda assim, o clima na matriz era de contrariedade. A diretora de marketing da América Latina estava visivelmente incomodada.
Foi quando percebi que, às vezes, liderar não é só defender com números, é conectar com significado. Antes da apresentação, chamei o head global Kevin para uma conversa informal e disse: “Quando minha esposa está brava, me chama de ‘Paulo Sérgio de Camargo’. Quando está tudo bem, é só ‘Gordinho’. Para os brasileiros, ‘McDonald’s’ é o nome formal. Já ‘Méqui’ é o apelido carinhoso, que aproxima a marca das pessoas.”
Kevin ficou alguns segundos em silêncio, estático por alguns segundos, que pareceram minutos. De repente, sorriu e disse que ele também tinha um apelido, usado apenas por quem tinha muito carinho por ele. E então nos parabenizou pela ousadia e sensibilidade.
A decisão foi reconhecida e celebrada como um dos movimentos de marca mais bem-sucedidos do país. Naquele momento, ficou claro para mim que liderança não é apenas sobre performance: é sobre sensibilidade, contexto e coragem para bancar escolhas com significado.
Esse aprendizado foi se consolidando ao longo de mais de três décadas como executivo. Com o tempo, percebi que os líderes que realmente transformam organizações não se apoiam apenas na estratégia, em metas e métricas, mas especialmente em três pilares: gestão, autoliderança e liderança.
Gestão: direção com consistência. Liderar exige capacidade de definir metas, delegar com clareza, resolver conflitos e desenvolver talentos. Gestão sem visão estratégica esgota a equipe e compromete os resultados.
Autoliderança: antes de liderar alguém, você precisa liderar a si mesmo.
Quem não está bem consigo mesmo não consegue liderar ninguém. Autoliderança é o compromisso diário com o autoconhecimento, o equilíbrio emocional e o autocuidado.
É entender o impacto que se causa no time, agir com responsabilidade e manter a coerência entre o que se diz e o que se faz. Envolve presença, escuta genuína e a coragem de olhar para dentro antes de apontar para fora.
Liderança e propósito: o porquê que engaja. Gente engajada não precisa de vigilância. Quando o trabalho tem significado, as pessoas se comprometem de verdade. Propósito não precisa ser grandioso, basta gerar impacto real na vida de alguém.
Esses três eixos não competem, se sustentam. A gestão sem propósito vira cobrança fria. O propósito sem gestão vira devaneio. E sem autoliderança, tudo isso desmorona diante da primeira crise.
Depois de liderar marcas como McDonald’s, Burger King, Subway e Starbucks no Brasil, decidi me dedicar a apoiar líderes e empresas que querem dar esse salto. Acredito que o Brasil não precisa de mais chefes, precisa de líderes inteiros: técnicos, humanos e inspiradores.
A liderança que transforma empresas se constrói com consistência, escuta e coragem. Não nasce pronta, mas pode, e deve, ser desenvolvida. Liderar é um hábito. E quanto antes começarmos, melhor será o futuro das nossas organizações.
Todas essas reflexões ao longo da carreira me fizeram escrever o livro “Seja o líder que você gostaria de ter como chefe”, em que convido a todos a se tornarem um líder que valoriza as pessoas, desafia o status quo e transforma o ambiente ao seu redor. Liderar é hábito: comece hoje a ser a mudança que quer ver.
Paulo Camargo é mentor de CEOs, palestrante, autor de Seja o líder que você gostaria de ter como chefe e ex-CEO de organizações como McDonald’s Brasil, Zamp, Espaçolaser e Iron Mountain
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