Formar profissionais não é apenas uma estratégia de RH, mas um caminho para impulsionar o crescimento organizacional. A afirmação foi feita por Fabiana Zandroski, gerente de RH Estratégico, e Sthefane Nascimento, Project Manager, durante o Employer Live de julho, evento promovido pela Employer Recursos Humanos.

Segundo Fabiana, a chamada cultura de desenvolvimento acontece quando o aprendizado deixa de ser pontual e passa a integrar o modo como a empresa opera, decide, se comunica e reconhece as pessoas. “Formar pessoas é uma das formas mais poderosas de crescer como empresa. Mas isso vai muito além de um programa de estágio ou treinamento técnico”, afirma. Para ela, em uma organização com essa cultura, aprender, testar, errar e evoluir são partes naturais do processo, em todos os níveis hierárquicos.

Durante o encontro, Sthefane apresentou o modelo estruturado de formação adotado pelo Banco Nacional de Empregos (BNE), que se apoia em três pilares: projetos reais, acompanhamento individual com mentoria e foco no desenvolvimento de competências comportamentais e técnicas.

“Nossa metodologia surgiu da necessidade de preparar talentos que realmente impulsionam o negócio, e por isso nos aproximamos da realidade prática. Cada pessoa que entra para a nossa Escola de Formação é desafiada desde o início a entregar, aprender e evoluir em contextos reais da empresa”, explica.

O processo, segundo ela, é guiado por dados. “Acompanhamos indicadores estratégicos como efetividade da formação, tempo de permanência pós-contratação, desempenho por competências e até mesmo o retorno financeiro do programa. Essas informações nos permitem iterar, ajustar e ampliar a iniciativa com consistência”, diz. Nos últimos anos, o BNE triplicou o número de contratações oriundas da Escola de Formação.

As palestrantes destacaram ainda que o objetivo vai além de formar talentos para a empresa: trata-se de construir um pipeline de profissionais prontos para desafios futuros. “Estamos prontos para um novo salto: expandir para novas áreas e compartilhar aprendizados com outras empresas que, como nós, acreditam que investir em gente é investir no futuro”, completam.

O papel da liderança

A liderança tem papel central na construção de uma cultura de desenvolvimento. “A cultura é reforçada — ou desfeita — pelo exemplo diário. São as lideranças que desenvolvem pessoas, dando espaço e tempo para aprender, acreditando no potencial antes da prontidão e facilitando o acesso a desafios reais”, explicam as especialistas. Para elas, formar pessoas deve ser encarado como uma das entregas mais importantes de um líder.

Práticas que fortalecem a cultura de desenvolvimento

Confira algumas práticas que, segundo Fabiana e Sthefane, contribuem para fortalecer a cultura de desenvolvimento nas organizações:

- Programas de formação com propósito claro, que desenvolvem talentos desde a base, combinando aspectos técnicos e comportamentais;

- Feedbacks constantes, indo além das avaliações formais;

- Construção de trilhas baseadas em competências reais do negócio, e não apenas em soft skills genéricas;

- Ambientes colaborativos de aprendizagem, com trilhas internas, pílulas de conhecimento, job rotation e programas de espelhamento (buddy);

- Reconhecimento de quem aprende e compartilha, valorizando atitudes de desenvolvimento no dia a dia e incentivando que líderes façam o mesmo com seus times;

- Uso de dados e análises para avaliar se as iniciativas têm gerado valor e como esse valor se manifesta, permitindo evolução contínua e consolidação do espaço da aprendizagem nas empresas.

Sobre a Employer Recursos Humanos

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