Por que ter uma gestão de riscos eficaz é essencial em projetos de TI complexos
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Luiza Condado
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Por Paulo Silveira*
Projetos de tecnologia de alta complexidade não são simples entregas técnicas. Eles representam, na prática, verdadeiros vetores de transformação para as empresas. Envolvem mudanças profundas na forma como os processos são executados, nas competências exigidas dos colaboradores e na estrutura tecnológica que sustenta a operação. São projetos que, quando bem conduzidos, reposicionam negócios inteiros diante de novos contextos de mercado. Mas, justamente por isso, carregam consigo uma dimensão crítica que precisa ser enfrentada com seriedade: o risco.
Transformações tecnológicas desse porte afetam diretamente pessoas, processos e tecnologia. A condução dessas dimensões não pode ser feita de maneira isolada ou puramente técnica. É preciso orquestrar, de forma harmônica, os diferentes elementos do projeto com clareza de propósito, visão estratégica e senso de responsabilidade. A orquestração correta é o que reduz a probabilidade de insucesso. Quando mal realizada, o risco de falhas aumenta significativamente.
Podemos pensar nesse desafio como uma dinâmica de um grupo musical: se um músico perde o ritmo, toda a música e o movimento podem sair do compasso. Na transformação digital, se pessoas, processos e tecnologia não estiverem sincronizados, o projeto dificilmente alcançará seu potencial e eventualmente pode se tornar um risco para o negócio.
É importante ter em mente que o risco está presente em toda e qualquer iniciativa. Em projetos transformadores, ele apenas se manifesta de forma mais intensa. Quando um risco se concretiza, o impacto é real e mensurável, afetando prazos, custos, desempenho e, muitas vezes, a imagem da organização. Poucos projetos são reconhecidos por evitarem riscos, no entanto, muitos são responsabilizados, quando os riscos não são tratados adequadamente.
Dois dos riscos mais críticos em projetos de alta complexidade costumam ser a interrupção das operações da empresa no momento do go-live e a baixa adoção da solução, geralmente decorrente de falta de alinhamento com os usuários e de uma comunicação ineficiente sobre os ganhos do projeto. Ambos os cenários comprometem o valor da transformação proposta.
E é importante saber que a gestão de riscos precisa começar no início do projeto. Isso passa por conhecer bem cada fase da execução e entender os fatores críticos de sucesso específicos de cada etapa. Sem esse entendimento, o projeto avança sem as bases necessárias para garantir sua estabilidade e resultados. Outro ponto essencial é tratar os riscos com isenção, separando a função de execução da função de análise. Isso evita conflitos de interesse e promove uma leitura mais realista dos pontos de atenção. Mitigar riscos exige ação desde o início, com atenção ao planejamento, à mobilização da equipe e à definição dos objetivos do projeto.
Mas os riscos também surgem de desequilíbrios na forma como se abordam as três dimensões de um projeto transformador: pessoas, processos e tecnologia. A empresa não pode delegar integralmente um projeto dessa natureza a terceiros e esperar que a mudança aconteça de forma natural. O projeto é da empresa, não de uma equipe apartada. Quando há baixa participação e falta de apropriação do projeto por parte da organização, o risco aumenta, e a adoção da nova solução torna-se frágil.
Outro ponto fundamental é reconhecer que esses projetos não são apenas técnicos. Muito pelo contrário. A dimensão humana e processual, muitas vezes, é ainda mais determinante para o sucesso do que a tecnologia em si. Por isso, atribuir a responsabilidade da mitigação de riscos apenas ao gestor técnico é um erro recorrente. A liderança precisa estar envolvida, promovendo alinhamento entre as áreas, mobilizando as equipes e dando visibilidade às mudanças que o projeto trará.
Com todas lições aprendidas, podemos afirmar que risco não se elimina, mas se mitiga. E essa mitigação só é possível com visão, experiência e comprometimento real da organização. Transformar com responsabilidade é tão importante quanto inovar com ambição. A capacidade de gerenciar riscos de forma estruturada e estratégica é o que diferencia projetos que simplesmente entregam tecnologia daqueles que efetivamente constroem valor.
*Paulo Silveira é managing partner da TGT ISG, empresa de pesquisa e consultoria responsável pelos estudos no Brasil e México. É ex-Diretor no Gartner Group, Ernst & Young e EDS, assim como professor na ESPM. Mestre em Gestão de Negócios pela FIA e formado em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia Mauá, possui MBA pela USP e CEAG pela FGV, unindo uma sólida formação acadêmica a uma extensa experiência em gestão e consultoria.
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