Trabalhador pode consultar dívidas de FGTS da empresa por nova plataforma
O trabalhador agora tem uma nova ferramenta para saber se a empresa em que trabalha está em débito com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Por meio do sistema Fundo de Garantia Não Depositado – FGND, disponível no site (https://fgnd.com.br/relacao-de-empresas-que-nao-depositam-o-fundo-de-garantia/), é possível consultar a relação completa das empresas inscritas na Dívida Ativa da União por não realizarem os depósitos obrigatórios do FGTS, bastando dar o CNPJ ou o nome completo da empresa.
Além da consulta à lista de devedores, o trabalhador poderá utilizar o sistema FGND - Fundo de Garantia Não Depositado - FGND gratuitamente por 15 dias, para lançar manualmente os salários de meses não depositados pela empresa ou empregador doméstico e, com base nessas informações, gerar um extrato atualizado com os valores corrigidos, incluindo juros, atualização monetária e a participação nos lucros do Fundo. Tudo isso pode ser feito de forma prática e segura, pelo celular ou computador, com acesso imediato ao saldo exato de quanto deveria estar em sua conta vinculada, consultando ou imprimindo um extrato da conta, conforme este modelo https://fgnd.com.br/wp-content/uploads/2025/07/Extrato-modelo-de-um-PJ-1.pdf
Segundo levantamento do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT)junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), 219.337 empresas estão inscritas na Dívida Ativa da União por inadimplência no recolhimento do FGTS. A dívida supera R$ 50,4 bilhões e afeta diretamente cerca de 11,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada— número que pode ser ainda maior se forem considerados os empregados informais e aqueles que recebem parte do salário “por fora”.
O cenário é agravado por diversos fatores estruturais no mercado de trabalho brasileiro. Atualmente, mais de 19 milhões de trabalhadores atuam na informalidade, sem qualquer proteção legal. Além disso, entre 1,5 e 2 milhões de pessoas trabalham como PJ ou MEI de forma irregular, com vínculos que deveriam ser formais. Outros 10 milhões de trabalhadores recebem parte dos salários em “caixa dois”, prática que impede a correta arrecadação de tributos e direitos. Mesmo entre os que têm carteira assinada, de 8 a 10 milhões não recebem os depósitos do FGTS corretamente. O reflexo desse cenário aparece também no Judiciário: cerca de 500 mil ações trabalhistas são movidas todos os anos apenas pela ausência do pagamento da multa de 40% do FGTS em caso de demissão sem justa causa.
De acordo com Mario Avelino, presidente do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT), o Fundo de Garantia é um direito essencial do trabalhador, criado para protegê-lo em momentos decisivos da vida, como demissão, aposentadoria, compra da casa própria ou tratamento de doenças graves. “Quando as empresas deixam de cumprir essa obrigação, retiram dos empregados um direito básico e comprometem seu futuro. Apesar da gravidade, o atual modelo de fiscalização e cobrança tem se mostrado insuficiente. Empresas continuam operando normalmente mesmo inscritas na Dívida Ativa da União, e os trabalhadores seguem desamparados. Muitos desconhecem seus direitos e não tomam conta do seu dinheiro”, afirma.
Com o lançamento da plataforma FGND, os trabalhadores finalmente terão meios de saber quanto têm a receber, de forma transparente e com valores atualizados. A ferramenta representa um avanço importante no controle dos próprios direitos trabalhistas e pode ajudar milhões de brasileiros a recuperarem o que lhes é de direito.
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