Processo seletivo: perguntas inteligentes que aumentam suas chances de aprovação

Julho é mês de virada no calendário profissional. Empresas reavaliam estratégias, contratam para o segundo semestre e intensificam processos seletivos. Para quem está de olho em novas oportunidades, o momento é quente — e competitivo. Nesse cenário, preparar-se para responder às perguntas do recrutador imperativo.

Profissionais mais atentos sabem que uma boa entrevista não é feita apenas de respostas, mas também das perguntas certas. Por isso, o tipo de pergunta que o candidato faz à empresa ou ao recrutador pode revelar tanto sobre seu perfil quanto o próprio currículo.

“Uma entrevista não deve ser um processo de mão única. Quando o profissional elabora as perguntas, a partir das informações adquiridas ao longo da entrevista ou por meio de pesquisas sobre a empresa ou posição, ele demonstra preparo, interesse real na oportunidade e protagonismo, pois ele também está avaliando a organização, afirma Patrícia Suzuki, CHRO do Redarbor, detentor do Infojobs, site de empregos mais usado do Brasil.

Questionamentos bem colocados indicam interesse genuíno por parte do profissional — e ajudam a entender se aquela vaga realmente faz sentido para seu momento de carreira.

A seguir, confira dicas de perguntas para fazer em uma entrevista de emprego — e o que elas revelam:

1. Quais serão as medidas de sucesso para essa função nos primeiros 3 a 6 meses?

Demonstra foco na entrega desde o início, interesse pelas expectativas da empresa e permite entender se há chances concretas de atingir metas ou se o cenário é de sobrecarga.

2. Existem iniciativas da empresa para o desenvolvimento da equipe?

Em vez de questionar genericamente sobre “plano de carreira”, o foco aqui é na cultura de aprendizado nas ações práticas que já existem na empresa. Mostra ambição saudável e vontade de crescer com consistência.

3.Quais são os maiores desafios da área hoje?

Ajuda a entender o senso de urgência da área e os cenários concretos. Também é uma forma elegante de investigar o clima interno e a saúde da equipe.

4. A empresa tem cultura de feedback ou processo de avaliação de desempenho para que eu possa saber onde melhorar?

Revela abertura ao diálogo e disposição para o aprimoramento contínuo — características valorizadas em qualquer cultura organizacional.

5. Existem mudanças ou transformações previstas para o time ou para a empresa nos próximos meses que envolvam direta ou indiretamente essa área?

Mostra visão sistêmica e capacidade de se antecipar a cenários em que o profissional fará parte.

6. A empresa tem iniciativas práticas de diversidade e inclusão?

Demonstra engajamento, alinhamento de valores e disposição para contribuir com a construção de um ambiente mais justo e equitativo. É uma das perguntas mais importantes para profissionais que fazem parte de grupos de diversidade, ou se identificam com o tema, identificarem se há espaços reais de diálogo, desenvolvimento e reconhecimento para si dentro da empresa.

7. Há algum ponto sobre sobre o meu perfil, experiência ou algo que eu possa esclarecer melhor?

Essa pergunta é ideal para o final da conversa. Demonstra humildade, escuta ativa e reforça o interesse genuíno pela oportunidade — além de abrir espaço para correções de rota.

Por que perguntar também é estratégia?

“Ao fazer perguntas com intenção genuína de conhecer a empresa, o contexto da vaga e o que o ambiente oferta em termos de desenvolvimento coloca o candidato como parte ativa do processo. Isso mostra que ele não está ali apenas para ser escolhido, mas também escolher o melhor para sua carreira. Isso muda a dinâmica da entrevista e valoriza os dois lados”, reforça Patrícia Suzuki.

E conclui, “ao assumir uma postura ativa na conversa, você não apenas impressiona quem está do outro lado da mesa — também garante que a vaga, a cultura e os desafios estejam realmente alinhados com o que você busca, porque entrevista boa de verdade é aquela em que profissional e empresa saem confiantes com a escolha que estão fazendo".