Modelo "as a service" cresce entre empresas que buscam previsibilidade financeira
Com margens apertadas e necessidade de atualização tecnológica constante, negócios encontram na assinatura de hardwares uma alternativa para crescer com controle orçamentário
Em um cenário marcado por juros elevados, câmbio instável e margens de lucro pressionadas, a busca por previsibilidade financeira se tornou prioridade para empresas de todos os portes. E isso se reflete também na maneira como as companhias estão contratando tecnologia. O modelo de assinatura mensal — comum em serviços digitais — vem ganhando espaço também na infraestrutura física, com terminais POS, equipamentos de automação, e computação, além desoluções de TI e serviços agregados.
Segundo uma pesquisa da Deloitte realizada com CFOs no Brasil, 85% dos executivos afirmam que a previsibilidade de custos será um fator determinante na contratação de serviços em 2025. Em paralelo, o estudo Global As-a-Service Market Report, da Technavio, projeta que o mercado de soluções “as a service” deve crescer a uma taxa média de 24,2% ao ano até 2028, com destaque para as áreas de infraestrutura e gestão de ativos.
Esse movimento ganha força à medida que as empresas precisam equilibrar a digitalização de suas operações com o controle de despesas. “A adoção de tecnologia como serviço é uma resposta prática a um desafio atual: como manter a operação moderna e competitiva sem comprometer o caixa, especialmente diante dos altos custos iniciais de aquisição de hardwares?”, questiona Sheila Cohen, diretora comercial da Ettera, empresa que atua com modelos de assinatura de hardwares, serviços de infraestrutura e plataformas de gestão de ativos.
Na prática, o modelo substitui a compra de equipamentos por uma assinatura mensal com suporte técnico e manutenção em todo o período contratado, atualização programada e serviços agregados. Com isso, o gasto deixa de ser pontual e imprevisível — como ocorre, por exemplo, na quebra ou na obsolescência de um terminal — e passa a ser fixo e recorrente, facilitando o planejamento financeiro.
“O que observamos é que a previsibilidade orçamentária passou a ser tão importante quanto a eficiência operacional. Muitos gestores preferem pagar uma mensalidade com suporte completo de uma empresa especializada do que assumir riscos que podem comprometer o funcionamento da empresa”, diz Sheila.
Outro ponto que contribui para essa mudança de mentalidade é a escassez de capital disponível para investimento. Segundo o Relatório de Crédito Corporativo da Serasa Experian, 62% das pequenas e médias empresas brasileiras encerraram em 2024 com dificuldades de acesso a linhas de financiamento. Ao adotar o modelo as a service, essas empresas conseguem preservar capital de giro e evitar endividamento.
Além disso, o modelo permite que a tecnologia seja atualizada com maior frequência, uma exigência crescente diante do avanço acelerado dos hardwares, dos sistemas de gestão e automação de processos. “A previsibilidade vem acompanhada da flexibilidade para crescer e atualizar a operação sem surpresas no orçamento”, completa Sheila.
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