Como pedir feedback para seu chefe e melhorar seu desempenho

O primeiro ponto que deve ser levado em conta é que mais do que depender do líder, profissionais que se destacam assumem o protagonismo do próprio desenvolvimento. “O conceito de plano de carreira está desatualizado. As pessoas precisam se empoderar neste processo e trazer para si aquilo que está em sua zona de controle”, afirma Bianca Aichinger, coach, ex-executiva de varejo e tecnologia e sócia da Quantum Development. “A ideia é ter um ciclo contínuo de reflexão, tentativa e aprendizado, para se conhecer melhor e evoluir sempre”, defende.

A partir dessa mentalidade, ouvir as percepções alheias é extremamente importante para se aprofundar no processo de autoconhecimento. É aí que entra o feedback.

De acordo com Bianca, o segredo para solicitar este retorno de um chefe pode estar em uma comunicação estruturada e empática. “Uma forma simples e eficaz é usar a fórmula proposta pela metodologia da Comunicação Não Violenta (CNV) para abrir a conversa”, afirma. Confira o passo a passo:

Passo 1: Ela recomenda que o profissional comece observando os fatos: “Percebo que temos trabalhado bastante nos últimos projetos e que as entregas estão sendo feitas”.

Passo 2: Em seguida, compartilhe como se sente: “Estou me sentindo um pouco inseguro/a sobre se estou no caminho certo”.

Passo 3: Depois, é hora de expressar a necessidade: “Preciso de mais clareza e orientação para continuar crescendo e contribuindo da melhor forma”.

Passo 4: E, por fim, vem o pedido: “Você poderia compartilhar comigo seu feedback sobre meu trabalho e alinharmos expectativas para os próximos passos? Podemos agendar uma conversa para isto?”.

O ideal é escolher bem o momento da abordagem, fugindo de períodos de alta demanda e priorizando conversas em ambientes reservados. “É sempre importante dar ao gestor tempo para pensar e refletir antes da reunião, aumentando assim as chances de uma conversa produtiva para os dois lados”, reforça Bianca.

A percepção sobre a valorização ou necessidade de ajustes no desempenho profissional também passa por sinais não verbais. “Segundo estudo da UCLA (Universidade da Califórnia), grande parte da comunicação acontece de forma não verbal, através do tom de voz ou da linguagem corporal”, explica Bianca. Ser incluído em projetos estratégicos, ter autonomia e ser consultado em decisões são sinais positivos. Já o excesso de supervisão, exclusões e atrasos em retornos podem indicar problemas.

Para Bianca, o diferencial não está apenas na competência técnica. “O que realmente faz a diferença entre quem evolui e quem fica estagnado não é só a parte técnica, mas o jeito de encarar desafios”, diz. Ela cita o conceito de mindset de crescimento, da psicóloga Carol Dweck, e a filosofia estóica como abordagens que ajudam a manter o foco no que se pode controlar. “Crescer com constância é, no fundo, uma escolha de como decidimos agir todos os dias”, resume.

Em um cenário profissional cada vez mais dinâmico e exigente, saber abrir conversas sobre desempenho de forma respeitosa e estratégica é um diferencial importante. Assumir a responsabilidade pelo próprio desenvolvimento, manter uma escuta ativa e cultivar relações de confiança com líderes e colegas são atitudes que ajudam a construir uma trajetória sólida e sustentável.

Sobre a Quantum Development

Com foco no desenvolvimento de equipes de liderança de alta performance, a Quantum Development apoia seus clientes na sua profissionalização e na transformação da cultura organizacional em um mundo em constante evolução. Criada em 2021 pelas sócias-fundadoras Bianca Aichinger e Susana Azevedo, que possuem mais de duas décadas de experiência no mercado corporativo nacional e internacional, a Quantum Development tem em seu portfólio de clientes empresas como Grupo Leveros e Uappi.

Bianca Aichinger, coach e sócia-proprietária da Quantum Development.