Decidir no Escuro Pode Comprometer o Crescimento do Seu Negócio

A resistência ao uso de dados concretos ainda compromete a saúde de muitas pequenas e médias empresas no Brasil. A avaliação é do empresário e especialista tributário Samuel Modesto, fundador do Grupo SM, que já impactou mais de 450 negócios em 19 estados brasileiros com mentorias e treinamentos voltados à gestão estratégica. Para 2025, a recomendação do especialista aos empresários que desejam expandir com segurança é clara: “Quem quer crescer precisa parar de agir no escuro. Dados são bússola, não burocracia. São eles que mostram o caminho para decisões mais conscientes, redução de riscos e crescimento sustentável”, afirma Modesto.

Apesar da abundância de ferramentas acessíveis, muitos gestores seguem tomando decisões baseadas exclusivamente na intuição, sem considerar métricas financeiras, operacionais ou de mercado. “Gestores que tomam decisões sem olhar para os números correm o risco de acelerar o fracasso em vez de impulsionar o crescimento. A intuição pode até ser útil, mas ela deve ser sempre validada por dados concretos”, evidencia Modesto, autor do livro Além dos Números.

De acordo com estudo do IBGE, cerca de 60% das empresas brasileiras fecham as portas antes de completar cinco anos. Entre os principais fatores está a ausência de planejamento financeiro e de análise estratégica. Para o mentor, isso poderia ser evitado com a adoção de práticas simples, como o monitoramento regular do fluxo de caixa, o acompanhamento de indicadores de desempenho e a análise de mercado.

Modesto defende que dados bem organizados não apenas previnem erros, como também revelam oportunidades. “Um empresário que acompanha o comportamento de vendas semanais, por exemplo, consegue identificar sazonalidades, ajustar estoques e até precificar melhor seus produtos. Esse tipo de decisão orientada por dados tem impacto direto no lucro”, destaca.

Embora a digitalização seja apontada como um desafio para pequenos negócios, o especialista acredita que as soluções disponíveis atualmente já permitem um bom nível de controle e análise, mesmo sem equipes especializadas.

Planilhas automatizadas, aplicativos de controle financeiro e plataformas como Google Data Studio, Power BI e ERP simples são citados por Modesto como caminhos viáveis para empresas de menor porte. “A tecnologia deixou de ser privilégio das grandes empresas. Hoje, com ferramentas gratuitas ou de baixo custo, qualquer negócio pode acompanhar seu desempenho em tempo real. O importante é saber o que medir”, observa.

Segundo Modesto, o uso estratégico dos dados começa com um bom diagnóstico. Ou seja, é entender quais são os principais gargalos da empresa como vendas, custos, produtividade ou atendimento. Depois disso, estabelecem-se metas e indicadores para acompanhar os avanços. Na prática, isso significa cruzar informações de diferentes áreas para identificar padrões e tomar decisões de forma integrada. “Uma empresa que nota queda nas vendas pode descobrir que o problema está no tempo de entrega ou na taxa de recompra. Sem analisar dados, ela pode achar que precisa investir mais em divulgação, quando o real problema está na operação”, alerta.

Sobre Samuel Modesto

Samuel Modesto é contador formado pela Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE) e especialista tributário pela Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN-CE). Além disso, possui formação como treinador comportamental e corporativo pelo Instituto Kaecher. Com ampla experiência no mercado, atua como treinador e mentor de empresários, palestrante e é autor do livro “Além dos Números”, onde compartilha insights sobre gestão estratégica e desenvolvimento empresarial.