RH inteligente: impacto do People Analytics com IA na produtividade das equipes

Recentemente, a pesquisa HR Strategy 2025, da LG - Lugar de Gente, em parceria com a Mercer, mostrou que 67% das empresas utilizam People Analytics (análise de dados voltada para a gestão de pessoas) para entender causas e fatores relacionados à retenção de talentos e turnover (rotatividade de colaboradores). Ao mesmo tempo, o uso da inteligência artificial tem ganhado mais espaço, com 72% das companhias entrevistadas já utilizando a tecnologia em processos de recrutamento e seleção.

Neste contexto, o estudo indica que a ligação entre tecnologia e as demais demandas do RH está se estreitando cada vez mais. Tanto na análise de dados quanto na inteligência artificial, as empresas pretendem aumentar o investimento no próximo ano. Entretanto, também há desafios que impedem a adoção completa dessas soluções.

“Há uma série de dificuldades que as empresas podem enfrentar ao aplicar People Analytics, especialmente com IA envolvida. Por exemplo, problemas de integração entre diferentes fontes de dados, falta de capacidade analítica de profissionais, ferramentas inadequadas, vieses de IA ou mesmo resistência cultural da equipe ou líderes”, comenta Andréa Migliori, CEO do ecossistema de experiência do trabalho Workhub.

Segundo a especialista, a grande vantagem da atenção em People Analytics é a variedade de formas nas quais as organizações podem utilizar os dados. O estudo The Use Of People

Analytics in Human Resources, da SHRM, comprova: os usos mais frequentes dessa estratégia estão em retenção e turnover (82%), recrutamento e contratação (71%), engajamento (59%), benefícios e compensações (58%) e gestão de performance (58%).

“Você pode identificar quais departamentos possuem maior taxa de turnover, mensurar a satisfação do time em diferentes aspectos, comparar vantagens e desvantagens em relação a concorrentes, mapear padrões de comportamento, identificar perfis para liderança, entre tantas outras possibilidades. Mas tanto as ferramentas utilizadas quanto a equipe responsável devem ser capacitadas para aproveitar todo esse potencial”, afirma Andréa.

Maturidade Digital

No estudo da SHRM, um modelo de sofisticação de analytics indica quantas empresas estão em cada estágio de maturidade. Enquanto 37% estão no primeiro nível, onde usam dados disponíveis para avaliar o que já aconteceu no passado da empresa, apenas 4% estão no último estágio, no qual os dados são usados para predizer o que pode acontecer no futuro e auxiliar em tomadas de decisões.

Migliori aponta: “Estamos falando de diferenças na operação bastante relevantes. Algumas empresas trabalham com planilhas e mais nada, enquanto outras utilizam modelos preditivos e contam com experts em analytics. É isso que estabelece quem se destaca no mercado de trabalho e, consequentemente, na produtividade e crescimento da empresa”.

A CEO ainda ressalta que a forma como os dados são utilizados é de grande importância, pois, quando mal trabalhados e interpretados, podem levar a tomadas de decisão equivocadas. “Os vieses no treinamento de modelos de IApodem ser particularmente perigoso durante processos seletivos, já que a ferramenta mal treinada pode impedir que bons talentos sejam sequer considerados por preconceito e discriminação”.

A pesquisa da SHRM também reforça este ponto de vista. Das pessoas entrevistadas, apenas 19% de profissionais de RH confiam plenamente que suas ferramentas de IA estão livres de vieses.

Apesar dos desafios, a recomendação é que as empresas deem ao menos os primeiros passos no uso de funcionalidades da IA na área de People Analytics. “Atuar com dados e com pessoas de maneira justa e equilibrada pode ser complexo, mas é essencial para quem quer se destacar e manter as melhores equipes. Não estou falando de usar as ferramentas mais caras do mercado, e sim de iniciar mudanças simples que já aprimoram muito os processos internos. Primeiro vem a organização dos dados, então a automação e depois a escala. A evolução pode acontecer aos poucos. É só não jogar a toalha”, conclui Andréa.

Sobre a Workhub

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