Nuvem híbrida e multicloud: estratégias-chave para a infraestrutura digital corporativa
Por Heberton Roger Carneiro
No dinâmico cenário empresarial de hoje, a agilidade e a capacidade de adaptação são mais do que vantagens competitivas; são requisitos para a sobrevivência. E no coração dessa capacidade está a forma como as empresas gerenciam seus dados e sistemas de tecnologia da informação (TI).
Uma pesquisa da FGVcia em 2023 revelou que 42% das empresas brasileiras já utilizam a 'nuvem' – um conceito que, para muitos, ainda parece um mistério, mas que se tornou o alicerce da operação moderna – para processar suas informações. A expectativa é que esse número chegue a 50% em 2025. Isso não é apenas uma estatística; é um reflexo da busca incessante por maior eficiência, segurança e capacidade de inovação.
Nesse contexto de transformação digital, duas abordagens de infraestrutura em nuvem ganham destaque e são cruciais para o sucesso: a infraestrutura híbrida e a multicloud. Embora ambas operem no ambiente digital e busquem otimizar recursos, elas representam estratégias distintas, cada uma com suas particularidades.
Compreender as diferenças entre esses modelos não é apenas uma tarefa técnica; é uma decisão estratégica que pode moldar o futuro da sua organização. Diante disso, a infraestrutura híbrida, pode ser definida como a combinação estratégica de diferentes “locais” em que a empresa armazena dados e executa aplicações, todos trabalhando em perfeita sintonia. Na prática, é como ter o próprio centro de dados (o “on-premise”, ou “no local”), onde mantém seus servidores físicos e informações mais sensíveis, como se fosse o escritório principal com arquivos mais confidenciais e sistemas legados, porém o usuário tem o controle total.
Já o multicloud, envolve o uso de dois ou mais serviços de nuvem pública de diferentes provedores. Neste formato, o destaque está na diversidade de provedores, e não necessariamente na integração profunda entre os tipos de nuvem (pública ou privada). A vantagem aqui é a liberdade de escolha. É possível selecionar cada provedor de nuvem com base em qual oferece o melhor serviço, o melhor preço ou a funcionalidade mais específica para uma determinada aplicação, evitando a dependência de um único fornecedor. É uma estratégia para diversificar riscos e aproveitar as melhores ofertas do mercado, como ter vários fornecedores especializados para diferentes necessidades da cadeia de suprimentos.
Ambas infraestruturas oferecem benefícios estratégicos, como flexibilidade e resiliência, visto que a distribuição de cargas de trabalho promove a menor dependência de um único provedor; eficiência e otimização de custos, a partir do melhor aproveitamento de recursos e serviços específicos de cada ambiente; segurança e conformidade, com maior controle sobre os dados sensíveis e redução de "vendor lock-in"; e escalabilidade e inovação, uma vez que promove a capacidade de rápida expansão e suporte a melhoria contínua.
Por sua vez, mesmo que esses recursos brilhem aos olhos, cabe enfatizar que ambos os ambientes podem apresentar desafios técnicos e operacionais, como: integração e complexidade, tendo em vista a dificuldade em conectar e gerenciar ambientes diversos; governança e segurança, no qual é necessário manter políticas consistentes e proteger dados em múltiplos locais; latência e performance, levando em conta as variações de desempenho e conectividade entre ambientes que pode acontecer; e, sobretudo, a gestão de custos, tendo em vista a dificuldade em monitorar e otimizar gastos em plataformas distintas.
Considerando todos esses fatores, o sucesso da aplicação de um ambiente híbrido ou multicloud depende, exclusivamente, de um planejamento estratégico, uma gestão eficiente e, principalmente, da definição de uma estratégia clara alinhada aos rumos do negócio. Mais do que escolher uma opção por apresentar vantagens genéricas, é preciso definir o modelo com base na sua capacidade de aderência ao perfil da empresa, bem como ter os recursos corretos que favoreçam o gerenciamento da infraestrutura. É como escolher o melhor modelo de carro para sua empresa: não basta ser bonito, precisa atender às suas necessidades de transporte, orçamento e capacidade de manutenção.
Nesse contexto, a tecnologia, a partir do uso de ferramentas de gestão, é uma medida eficaz. Esses recursos apoiam a simplificar a integração, desde a conexão até a orquestração dos ambientes. Além disso, auxiliam na unificação e proteção de dados de acessos, bem como promovem automação e visibilidade de forma centralizada. É como ter um painel de controle unificado para gerenciar todas as suas operações de TI, por mais distribuídas que estejam.
O ambiente híbrido é ideal para empresas que precisam manter dados sensíveis ou sistemas legados on-premises por questões de segurança, conformidade ou performance, mas desejam usar a nuvem pública para escalabilidade e flexibilidade em outras áreas. Enquanto o multicloud é indicado para organizações que buscam otimizar riscos, custos e aproveitar os melhores serviços de múltiplos provedores de nuvem, evitando a dependência de um único fornecedor. Mas, antes de optar pela escolha mais assertiva para a empresa, é imprescindível que haja o consenso de que o modelo a ser aderido esteja em concordância com os objetivos do negócio, o orçamento disponível e a capacidade interna da equipe de TI e, tudo começa pela infraestrutura.
Heberton Roger Carneiro é diretor de insfraestrutura e cloud da SPS Group.
Sobre a SPS Group
Localizada em São José dos Campos (SP), a SPS Group atua há mais de 12 anos como uma integradora de tecnologia multinacional brasileira, que se consolidou com operações de SAP Business One, com projetos premiados e reconhecidos internacionalmente por sua excelência e qualidade. Parceira SAP Gold Partner, além de oferecer as soluções do portfólio SAP, também desenvolve internamente extensões tecnológicas adicionais ao B1, com vasto know-how para atendimento de pequenas e médias empresas dos mais diversos setores da economia. Reforçando o compromisso em fornecer soluções tecnológicas de ponta para todo o mercado, a SPS passou a trabalhar também com os recursos de SAP S/4HANA, tanto na versão Public Cloud, quanto Private, apoiando as empresas em uma operação inteligente, com processamentos em tempo real, Machine Learning, análises preditivas e muito mais. Com expertise atestada no segmento de manufatura, a SPS oferece a PlantScanner, uma plataforma voltada para melhorias de desempenho nas atividades de produção, com gestão embarcada no sistema MES (Manufacturing Execution Systems), podendo ser utilizada em qualquer tipo de indústria, independente do segmento ou porte. Ainda, a empresa oferta uma gama de soluções avançadas de backup e segurança da informação, BaaS (Backup As A Service), soluções em nuvem, licenciamento Microsoft, switches de rede, entre outros. Com todos os consultores especialistas certificados pela SAP, o grupo já soma mais de 300 clientes em todo território nacional e internacional, e conta com mais de 230 colaboradores divididos entre as unidades de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Londrina, Manaus e Rio de Janeiro.
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