CSP-BA debate soluções para os desafios da saúde suplementar no Brasil

Durante o debate, Mariléa Souza, gerente sênior da Bradesco Saúde, defendeu a necessidade de uma mudança na lógica do sistema, hoje ainda muito centrado no tratamento de doenças. Segundo ela, é preciso priorizar ações de promoção à saúde e prevenção, principalmente entre os jovens, como forma de garantir a sustentabilidade futura. “A lógica hoje é focada em doença, e não em saúde”, pontuou.

Luiz Bertone, diretor-geral da Nordeste Saúde, destacou a importância de uma gestão regionalizada e baseada em dados. “Precisamos de um olhar atento para Salvador e região, com ações preventivas guiadas por indicadores locais”, resumiu.

Rodrigo Aguiar, superintendente comercial e de produtos saúde e odonto na Seguros Unimed, abordou os desafios regulatórios e defendeu o uso do sandbox para inovação, desde que conduzido com profundidade. “O desengessamento é necessário, mas precisa ser bem estruturado para evitar interferências externas”, alertou.

Representando a Hapvida, André Rosas, diretor executivo comercial, falou sobre a verticalização como um dos caminhos para controlar custos e aumentar a eficiência da operação. Ele explicou que a empresa deixou de tratar hospitais como centros de faturamento e passou a vê-los como unidades de custo, integradas a um ecossistema com protocolos definidos e profissionais capacitados. “A verticalização traz segurança, mas exige estrutura, sistema e pessoas qualificadas para funcionar”, afirmou.

A mesa redonda promoveu um debate técnico e ao mesmo tempo estratégico, evidenciando que o futuro da saúde suplementar passa por um equilíbrio entre inovação, gestão responsável e foco no cuidado contínuo.