Setor de seguros debate lições dos desastres climáticos e busca respostas rápidas para proteger a sociedade
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por /Cqcs/Nicholas Godoy
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Na última quarta-feira (16), em São Paulo, o setor de seguros deu início a uma nova jornada de diálogo e reflexão com a estreia do Cqcs Inovação – Roda de Conversa. Essa primeira etapa contou com a participação de três dos principais executivos do setor: Eduardo Dal Ri (Grupo HDI), Ney Dias (Bradesco Auto/RE) e Rivaldo Leite (Porto), além da mediação de Gustavo Doria Filho, Fundador do Cqcs. O tema central do encontro foi o papel das seguradoras frente à escalada de eventos climáticos extremos no Brasil — e como o setor tem se preparado para responder a essas novas realidades.
A tragédia no Sul como ponto de inflexão
A recente catástrofe no Rio Grande do Sul foi uma das principais referências ao longo das falas, não apenas pelo seu impacto, mas pelas lições que deixou para o setor. Eduardo Dal Ri, CEO da HDI, compartilhou um depoimento pessoal e emocional, mencionando o quanto a experiência, vivida de forma direta, o fez repensar práticas e acelerar mudanças internas.
“O principal sinistro que nós tivemos foi o de automóvel. Pagamos indenizações em menos de 24 horas, sem exigir documentos, porque sabíamos que o segurado estava no meio do alagamento, com filhos pequenos, roupas molhadas… Era urgente. Foi um momento de empatia extrema e de aprendizado profundo sobre o que significa estar presente de verdade”, destacou Dal Ri.
Além da resposta imediata, o executivo da HDI também relatou como a recente consolidação da seguradora com a Liberty Seguros proporcionou uma cobertura de catástrofe robusta — ainda que o cenário climático não estivesse no radar com a força que demonstrou.
“A gente teve indenizações totais acima de R$ 450 milhões, sendo R$ 320 milhões pagos diretamente. Com o suporte do resseguro, conseguimos retomar parte das capacidades. Foi uma prova prática da importância de uma estrutura sólida de resseguro e de integração de operações”.
O desafio da baixa penetração e o papel da sociedade
Já Ney Dias, presidente da Bradesco Auto/RE, destacou o esforço do setor para liquidar os sinistros com rapidez, mas chamou atenção para um problema estrutural: o baixo índice de contratação de seguros no país.
“No Rio Grande do Sul, por exemplo, arrecadamos cerca de R$ 580 milhões por ano em seguros residenciais. Isso é insuficiente frente à magnitude de uma tragédia como essa. O problema não é só do cliente ou do corretor. É da sociedade como um todo, e precisamos influenciar para termos uma cultura de proteção mais sólida e sustentável”, apontou.
Tanto Ney quanto Dal Ri relataram ações coordenadas com corretores e clientes, como ligações proativas para identificar veículos alagados, uso de dados de estacionamentos e até iniciativas de compensação a segurados que sequer sabiam da perda de seus bens.
“Ligamos para clientes que estavam em férias e nem sabiam se o carro estava alagado. Foi uma ação de empatia e agilidade, e que reforça o papel do seguro como acolhimento”, contou Ney.
Prevenção e adaptabilidade como pilares
Rivaldo Leite, presidente da vertical de seguros da Porto, destacou a necessidade de uma abordagem com foco e clareza das coberturas, além do incentivo à prevenção.
O executivo também reforçou que é preciso adaptar os produtos tradicionais à nova realidade climática, com coberturas claras e contratações mais simples. “Às vezes complicamos demais. O cliente precisa saber exatamente o que está contratando. Há uma omissão histórica nisso, mas vejo iniciativas positivas da CNseg nesse sentido. Ainda assim, temos um caminho longo pela frente”, frisa Rivaldo. “A informação precisa estar clara. Esse é um trabalho de todos nós”, finaliza
Além disso, o executivo propôs um olhar mais regionalizado para os riscos climáticos, questionando a viabilidade de modelos tarifários unificados para todo o país. Ele ainda destacou a necessidade de revisar códigos de construção e ampliar o alcance da proteção, principalmente em regiões mais expostas.
“Vamos precisar arrecadar mais. Não dá para imaginar um seguro resiliente sem ampliar sua base. O seguro ainda é barato, comparado ao tamanho da perda. Hoje, uma cobertura de alagamento pode custar até quatro vezes mais do que uma cobertura básica. Quantas pessoas têm essa capacidade no Brasil?”, provocou.
Próximos passos do Cqcs Inovação
Para o fundador do Cqcs e idealizador do projeto, Gustavo Doria Filho, o Cqcs Inovação – Roda de Conversa tem como objetivo manter viva a discussão proposta pelo Cqcs Insurtech & Inovação 2025, cujo foco é o “Novo Mercado de Seguros”.
“Começamos com mudanças climáticas e o que aprendemos com as tragédias recentes. Foi incrível ver a troca entre lideranças de tecnologia, consultoria e corretagem. Esse evento mostra que é possível fazer mais com as possibilidades do mundo contemporâneo”, ressaltou.
O encontro de São Paulo foi o primeiro de uma série de rodadas que acontecerão pelo Brasil com outros temas. A próxima edição será no Rio de Janeiro, mantendo o foco nos impactos das mudanças climáticas e nas respostas do setor de seguros.
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