Os números eram alarmantes: anualmente, 34 mil pessoas morriam e outras 400 mil ficavam feridas em decorrência de 1,5 milhão de acidentes de trânsito no Brasil, conforme estimativas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O cenário equivale ao número de baixas que os norte-americanos sofreram em toda a Guerra do Vietnã.

Mas será que os acidentes diminuíram ou aumentaram? As estradas estão mais seguras?

Trânsito no Brasil: avanços e desafios desde 2006

A gravidade da situação fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificasse o trânsito brasileiro como um problema de saúde pública. Em 2006, cerca de 20% das rodovias estavam em condições inadequadas para o tráfego, o que contribuía significativamente para os altos índices de acidentes.

Nos últimos anos, a retomada dos investimentos em infraestrutura viária tem sido uma prioridade do governo. De acordo com o Ministério dos Transportes, entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, foram destinados mais de R$ 26 bilhões para manutenção, conservação e construção de estradas.

Os resultados já são visíveis: em outubro de 2024, o Brasil atingiu o maior índice de qualidade viária da série histórica do ministério. Dos cerca de 60 mil quilômetros de rodovias públicas, 75,1% foram classificados como “bons”.

Quando se trata da redução de acidentes, o cenário tem mostrado oscilações. Em 2006, registrava-se uma média de 80 mortes e mil pessoas feridas por dia no trânsito. Já entre janeiro e novembro de 2024, o estado de São Paulo contabilizou 5.594 mortes em acidentes, o que equivale a uma média de 16 óbitos diários, segundo dados do Infosiga, sistema de monitoramento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Entre 2014 e 2020, o Brasil vinha reduzindo a letalidade no trânsito, atingindo um mínimo histórico de 5.292 mortes e 63.585 acidentes em 2020. No entanto, a partir de 2021, a situação mudou

Segundo o Portal do Trânsito, Mobilidade & Sustentabilidade, as estatísticas evidenciam a fragilidade do atual sistema de segurança viária. Políticas que flexibilizaram o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – como a ampliação do prazo para renovação da CNH, o aumento do limite de pontuação para multas e a redução da fiscalização em rodovias federais – contribuíram para o crescimento do número de acidentes.

Essa e outras histórias do seguro no Brasil você pode conhecer visitando o site do Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador (CEDOM).

O que mais causa acidentes de trânsito no Brasil?

Em 2006, mais de 90% dos acidentes eram causados por falha humana, segundo a Confederação Nacional dos Transportes. Infelizmente, essa estatística se mantém praticamente inalterada.

Com o avanço da tecnologia, novas distrações surgiram no trânsito, e o uso excessivo do celular ao volante tornou-se um dos principais fatores de risco.

Os dados de 2024 comprovam isso: a desatenção foi responsável por 42% dos acidentes. Foram 28.522 ocorrências causadas por reação tardia do condutor (10.912), ausência de reação (10.658) e ingresso na via sem observar a presença de outros veículos (6.952).

Outro fator relevante é a saúde mental dos motoristas, um tema cada vez mais discutido. O estresse, a fadiga e a rotina acelerada comprometem a atenção e a tomada de decisões ao volante, aumentando os riscos de colisões.

Seguro Automóvel no Brasil: luxo ou necessidade?

Com o aumento do número de veículos em circulação, cresce também a responsabilidade dos condutores. Nesse contexto, o Seguro Auto se torna essencial, garantindo proteção tanto para o motorista quanto para terceiros envolvidos em acidentes.

A demanda por essa segurança tem crescido. A Confederação Nacional de Seguros (CNseg) projeta um aumento de 4,3% na adesão ao Seguro Automóvel, evidenciando a preocupação dos brasileiros com a proteção no trânsito.

O trânsito brasileiro está em constante transformação, mas os desafios para garantir segurança ainda são grandes. O comportamento dos motoristas, a infraestrutura viária e as políticas públicas continuam sendo fatores decisivos para reduzir os índices de acidentes.

E você, já pensou se está devidamente protegido no trânsito?