Como a tecnologia auxilia na gerenciamento de riscos climáticos no Brasil?

Saber com precisão o status do clima é essencial para as seguradoras monitorarem o gerenciamento de riscos e obterem alternativas para diminuir os custos. Ventos fortes, chuvas intensas e variações externas de temperatura podem causar atrasos graves na produção da lavoura e até acidentes graves. Utilizar os recursos tecnológicos, como softwares que auxiliam no processo, já faz parte do presente nas companhias de seguros.

A CNseg, Conferação Nacional das Seguradoras, lidera um projeto para elaboração de uma nova ferramenta que projeta as perdas financeiras provocadas por riscos de inundações urbanas no Brasil. A solução idealizada com a colaboração das associadas da entidade vai auxiliar no desenvolvimento de novos produtos, serviços e coberturas que considerem a exposição climática como um fator. O modelo está alinhado com os objetivos do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS) na medida que gera suporte às empresas na construção de ferramentas baseadas em metodologias de análises que preveem as ameaças climáticas.

Ana Paula de Almeida, diretora de Sustentabilidade e Relações de Consumo da CNseg, explica que quanto melhor a assertividade das companhias de seguros em relação à gestão dos riscos, mais protegidos estão os setores chave da economia. “Instituições financeiras são a engrenagem para vários setores da economia e os riscos climáticos, se não avaliados corretamente, constituem uma ameaça à estabilidade do sistema financeiro”.

O Mapa de Calor é um recurso que apresenta uma visão macro da exposição geográfica brasileira a 11 riscos climáticos físicos, considerando dois cenários climáticos (aumento de 2°C e de 4°C) e dois horizontes temporais (2030 e 2050). Os resultados auxiliam as seguradoras na identificação de áreas geográficas com maior exposição a riscos decorrentes das mudanças climáticas. Isso permite a priorização de estratégias de gestão de riscos e de alocação de recursos de maneira mais eficaz, via correlação dessa exposição às suas linhas de negócios e produtos de seguro.

As seguradoras investem em tecnologia para o gerenciamento de riscos climáticos em suas operações. A Zurich lançou o ZRS, Zurich Resilience Solutions, que veio para qualificar ainda mais as soluções disponibilizadas pela equipe de engenharia e riscos da companhia. O propósito é proporcionar um suporte para os corretores e clientes na mitigação e prevenção de riscos em várias frentes, como a resiliência climática, gestão da cadeia de suprimentos e gestão da segurança de informação. Andressa Meireles, líder do time de Engenharia de Riscos da companhia na América Latina, destaca que, muitas vezes, as empresas sofrem com a falta de dados, ferramentas e insights relevantes e confiáveis para ajudá-las a mitigar seus riscos. O Zurich Resilience Solutions busca fechar justamente esse gap. A disponibilização da ferramenta no Brasil dá acesso direto às empresas ao amplo conhecimento de mais de 750 engenheiros de risco da Zurich, baseados em 40 países, além de tecnologia de ponta para atuar preventivamente sobre seus riscos.  “Nesse cenário, o corretor de seguros pode atuar como um consultor de riscos, contando com o suporte da equipe de engenharia de riscos da Zurich para alertar seus clientes para a importância dos serviços para a prevenção”, concluiu.