Digitalização da área fiscal: um investimento essencial para o planejamento de 2025

A transformação digital avança a passos largos no ambiente de negócios brasileiro e global. Segundo estimativa da consultoria Grand View Research, só em 2023, mais de US$ 880 bilhões foram direcionados no mercado para projetos de digitalização em todo o mundo, com a expectativa de que esses investimentos alcancem um crescimento anual superior a 27% ao longo dos próximos 5 anos.

E a área fiscal das organizações, sem dúvidas, concentra uma parte significativa desses esforços, sobretudo quando consideramos ambientes tributários desafiadores como o nacional. De acordo com relatório da TMF Group, por exemplo, o Brasil é o país mais complexo do mundo para se fazer negócios e seu sistema de impostos é um dos principais agravantes desse cenário.

Nesse sentido, considerando questões como o andamento da Reforma Tributária e as novas regras que serão gradativamente implementadas – impactando desde empresas do Simples Nacional até grandes companhias – o investimento em inovação fiscal é uma etapa indispensável para que as empresas se preparem para o cenário de mudanças e possam identificar oportunidades de crescimento com segurança e compliance.

Nessa corrida contra o tempo, soluções que fortalecem camadas inteligentes e estratégicas de conformidade, além da geração de insights e simulação de cenários tributários podem, dentre outros pontos, garantir maior precisão no cálculo de alíquotas e em seus impactos, além de efetivar o cumprimento de obrigações e automatizar o cálculo de impostos, reduzindo o risco de erros e liberando equipes para se concentrarem em atividades estratégicas.

Benefícios da digitalização para a área fiscal

Não por acaso, diante de tais ganhos – que incluem ainda a potencial redução de custos operacionais, a mitigação e a melhoria na tomada de decisões em processos de planejamento tributário – há um claro movimento de expansão no mercado de soluções de gestão fiscal. De acordo com levantamento da Fortune Business Insights, nos próximos 7 anos, esse setor deve movimentar mais de US$ 47 bilhões globalmente, com crescimento anual superior a 13%.

De modo mais amplo, a tecnologia traz ainda um diferencial competitivo para organizações atentas às oportunidades abertas pela transformação digital: um estudo da MIT aponta, nesse sentido, que empresas digitalmente maduras são 26% mais lucrativas, se destacando em um ambiente de negócios de concorrência acirrada.

No âmbito fiscal, a inovação surge para dar segurança a esse crescimento do ponto de vista da governança e da conformidade tributária – processo extremamente desafiador em um país como o Brasil que, até 2022, havia editado mais de 466 mil normas fiscais, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.

Ao unir, nesse sentido, um olhar que integra tecnologias ágeis e capazes de acompanhar o arcabouço de mudanças tributárias previstas para 2025 em diante com o trabalho estratégico de equipes bem preparadas, as empresas tendem a fortalecer sua competitividade, simplificar rotinas e ganhar tempo para se dedicar a demandas centrais de seus negócios.

Em outras palavras: se a transformação digital não é mais uma questão de escolha, mas uma rota estratégica para o crescimento, a digitalização da área fiscal assegura que esse crescimento seja sustentável e esteja alinhado às exigências tributárias do país, tendo assim, um protagonismo importante no planejamento dos investimentos das empresas para 2025.

Por Marcelo Simões é Diretor de Operações e Cofundador da Comtax