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Mais da metade dos profissionais com carteira assinada não foram promovidos e nem tiveram reajuste salarial desde que se tornaram figuras parentais

Foto de Guillaume de Germain na Unsplash Foto de Guillaume de Germain na Unsplash

Estudo da APOEMA ressalta como universo corporativo precisa ser mais inclusivo e acolhedor com colaboradores que têm filhos

As empresas brasileiras precisam de um olhar mais integrado e humanizado em relação à parentalidade. É o que revela o estudo Aldeias do Cuidado: o universo corporativo como apoio à parentalidade, idealizado e realizado pela APOEMA, ateliê de pesquisa de comportamento, em parceria com a MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, e a Maternidade nas Empresas, consultoria especializada em equidade de gênero pela valorização da parentalidade no ambiente corporativo. Segundo o levantamento, desde que se tornaram figuras parentais pela primeira vez, mais da metade (51,1%) dos entrevistados não foram promovidos e nem tiveram reajuste salarial. A pesquisa ouviu 1.000 pais e mães de todo o país, que trabalham com carteira assinada.

Ao avaliar a distribuição por gênero, o estudo ressalta um olhar ainda enviesado: 54% das mulheres afirmam não ter recebido nenhuma promoção ou reajuste salarial desde que tiveram filhos, em comparação a 48% dos homens. Além disso, 42% das mães acreditam que perderam chances na carreira, enquanto apenas 27% dos pais se sentem da mesma forma, e 50% das mulheres têm medo de perder o emprego, contra 41% dos homens.

Para Julia Ades, sócia fundadora da APOEMA, o cenário reforça que as mães são mais impactadas no que diz respeito às "perdas" no ambiente corporativo. “Tanto quando pensamos na licença paternidade, que é de apenas cinco dias, e que afeta diretamente na sobrecarga dessa mulher, que fica em casa cuidando dos filhos, quanto à falta de organização de programas e processos de adaptação da profissional que volta de uma licença maternidade e à não promoção das mesmas, por exemplo”, afirma.

Gestores com filhos x gestores sem filhos

Outro recorte da pesquisa mostra que profissionais liderados por gestores que têm filhos apresentam sentimentos mais positivos do que aqueles que têm chefes que não são pais: 71,5% desses colaboradores sentem liberdade e segurança para se ausentar quando têm compromissos com seus filhos (versus 57,1% com gestor não pai), 59,4% entendem que são incentivados pelo gestor direto a viver melhor a parentalidade (versus 45,8% com gestor não pai) e 75,8% conseguem conciliar demandas de carreira com a jornada com filhos (versus 57,7% com gestor não pai).

Além disso, 17% dos colaboradores gerenciados por figuras parentais foram promovidos com reajuste de 10%, enquanto apenas 9% das pessoas lideradas por gestores que não têm filhos tiveram esse mesmo aumento.

A necessidade de um olhar mais integrado

Para Julia, o levantamento constata a importância da coletividade quando se fala sobre parentalidade no ambiente corporativo: “Quando funcionários se tornam pais e mães, há uma transformação muito poderosa na jornada de cada uma dessas pessoas. Essa mudança impacta diversos pilares de suas vidas, e o trabalho é um dos principais”, destaca.

A especialista observa que, diferente do que se tende a pensar, a parentalidade pode aprimorar a carreira de cada mãe e pai. “Essas pessoas criam novas habilidades, se deparam com desafios de gestão de tempo, a resiliência ganha espaço”, afirma. “Nesse contexto, um olhar mais integrado e empático do universo corporativo para a parentalidade pode colaborar não só para cada funcionário, como para a própria empresa, que poderá conhecer as novas facetas dessas pessoas e aproveitá-las da melhor forma”, complementa.

De acordo com a pesquisa, esse acolhimento está ainda mais distante das figuras parentais com menor poder aquisitivo. Enquanto 73% dos respondentes das classes A/B relatam um estilo de liderança empático, 64% dos entrevistados da classe C classificam sua gestão desta forma. Além disso, a sensação de maior despreparo e pessimismo quanto à volta ao mercado de trabalho após a licença é o dobro entre as rendas mais baixas (20% da C x 10% da A/B).

“Os números mostram que é muito necessário que as organizações abram espaço para ouvir pais e mães, e entender o que, de fato, sentem, pensam e precisam”, pontua a sócia fundadora da APOEMA. “Isso pode colaborar para aumentar o engajamento desses colaboradores com a empresa e seu desempenho profissional lá dentro”, revela.

Nesse sentido, a especialista acredita que é preciso transpassar a premissa de que quando se vira pai e mãe, o trabalho sai prejudicado. “Na nossa investigação, ficou claro que há um outro olhar para isso. Os pais e mães desenvolvem habilidades que, quando implementadas no ambiente de trabalho, colaboram muito para o desenvolvimento individual e coletivo. Não podemos continuar enxergando a parentalidade como "rival" da carreira. Pelo contrário, ela pode ser uma grande aliada”, finaliza.

Para acessar o relatório de análises e o mini documentário que ilustra os aprendizados do estudo, clique aqui.

Ficha técnica do estudo
Idealizadoras: Julia Ades, Helena Dias, Millena Cunha, Soraia Marioti
Realização: APOEMA
Pesquisa Quantitativa: MindMiners
Recrutamento: Letícia Pinheiro
Designer: Gustavo Mendes
Produtora de Vídeo: Little Stories Filmes
Apoio: Maternidade nas Empresas

Sobre a APOEMA

A APOEMA é um ateliê de pesquisa de comportamento de consumo que aproxima o universo corporativo das diferentes realidades de seus consumidores. Idealizada por duas publicitárias que estudam psicologia, sociologia e antropologia, a empresa faz da pesquisa uma poderosa ferramenta, capaz de revelar sentimentos, emoções e experiências que habitam as pessoas e guiam seus comportamentos de consumo. Por meio de estudos aprofundados, sprints estratégicos, workshops co criativos e mentoria de pesquisa, o ateliê já desenvolveu projetos para gigantes como Nubank, Renner, QuintoAndar, Nike, Itaú, O Boticário e Flash.


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