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RS: Seguro e tragédia, por que não pensamos nisso antes?

Armando Luís Francisco Armando Luís Francisco

A palavra é descritiva, geralmente descreve o passado, o presente e tenta prever o futuro. Nos dois primeiros termos ela é morta, justamente porque descreve o que existe, o que aconteceu, o que a mente já imaginou ou o que acontecerá; por exemplo: o homem está sentado na cadeira de balanço e não está trabalhando agora. Portanto, as palavras descreveram uma cena que podemos visualizar.

No evento da tragédia no RS, como fato consumado, apenas observamos a descrição do que ocorreu por aqui. O nosso mote como um todo, não se preocupou com a previsão de ocorrências dessa natureza, na medida que uma tragédia pode ser considerada em um mercado de seguros.

Não é por menos, a rogo informar, que no ano passado as seguradoras experimentaram essa mudança climática no mesmo RS, a tragédia deste ano pegou todos de calças curtas, ou melhor: sem guarda-chuvas?

E a nossa profissão também? Será que dentro do prazo gigante que antecedeu a terrível tragédia do RS, talvez, pouco ou nada falamos sobre como incentivaríamos as seguradoras a mudar a filosofia da área, nenhuma ou pouca cobertura de enchentes e afins? Então, hoje apenas descrevemos o que aconteceu ou o que poderá acontecer no futuro?

O que deveríamos ter feito?

Primeiro: deveríamos ter aprendido com casos semelhantes de clima no mundo e no mercado de seguros estrangeiros?

Segundo: deveríamos ter falado sobre isso em palcos, palestras, congressos, encontros nacionais e regionais, demonstrando efetivamente a questão antes do acontecimento?

Terceiro: deveríamos ter nos reunido com o governo para inculcar o perigo sobre o bem estar dos brasileiros, com estudos de casos e estatística básica, fato que muito teria contribuído com uma "prevenção" de danos ou com a "reconstrução" da vida das pessoas no RS?

Quarto: os corretores de seguros deveriam ter se reunido com as seguradoras para efetivamente montar um Plano de Ação e transformado essa tragédia em um ambiente de trabalho anterior que trouxesse resultados positivos ao povo gaúcho. Exemplo: lutamos e as seguradoras criaram cobertura e os corretores fecharam os negócios que na tragédia socorreria o segurado gaúcho? Isso aconteceu? E por que não aconteceu? Os segurados estarão amparados?

Quinto: os corretores de seguros deveriam ter demonstrado aos próprios corretores de seguros a necessidade e o ensino da necessidade de contratação de cobertura para enchentes e afins? Observe, por exemplo, a cidade de Porto Alegre, que em anos anteriores, em qualquer chuva mais forte, deixava alagada a parte de uma cidade como a capital do estado. Então, há quanto tempo o povo de Porto Alegre clama por uma cobertura de cheias d'água?

Sexto: A Educação securitária deveria ter atuado mais fortemente nesta questão?

Sétimo: Não adianta nada nós chorarmos águas passadas ou empossadas até o teto das casas das pessoas? Quando as águas baixarem, não vai existir indenização? E isso me abala muito fortemente. No momento que eu, simplesmente o culpado disso tudo, arrisco informar que deveria ter agido diferentemente, quanto a questão da previsibilidade, talvez outros também entendam que uma parte da responsabilidade recaia sobre eles. E que bom se isso acontecesse. Afinal, somente eu?

A verdade é que nós devemos aprender com as tragédias e fazer uma mea culpa de responsabilidade. Agora, neste momento, não podemos ser considerados heróis. Aliás, ninguém! E não é uma questão de governo. Gente do céu - como dizem certos amigos, vamos aprender a ensinar e demonstrar a realidade de que poderíamos prever isso antes?

Os corretores de seguros são assessores dos segurados. Infelizmente, quando apresentam que "não teve cobertura" em uma apólice, sem que o cliente tenha noção de que isso não teria cobertura, pois o consumidor de seguros é neófito nos termos dos seguros e maior motivo da existência dos intermediadores, será que nós deveríamos repensar o assessoramento? E os corretores, que deveriam ter alertado os colegas corretores de seguros sobre isso e não fizeram, deveriam também repensar sua necessidade de existência? Todavia, termos descritivos e posteriores aos fatos não servem para nada!

E as seguradoras são nossas parceiras comerciais. Elas também devem repensar a tragédia no termo de obter produto e aceitação, com precificação coerente e expansão com a massificação. Simplesmente porque acredito no papel das seguradoras e sei que sempre buscam aperfeiçoar seus produtos!

Enfim, ninguém pode arrogar discursar em prol de pretéritos ocasionais. Repetindo: ninguém é super-herói nesta tragédia. E tudo o que se disser sobre a tragédia é passado, sem vida ou descritivo, sem trazer benefício algum além da desculpa. Vamos ser razoáveis nesta questão, porque as lágrimas neste estado do RS são incontáveis e a dor é gigante! Desta forma, apesar de - novamente - palavra descritiva, talvez não tenhamos feito o tema quanto ao futuro. Por isso, agora, não venha me dizer que não sabíamos que isso poderia acontecer. "Poderia" significa incerteza, campo de nossa atuação.

Em tempo: o que é elogiável é a assistência que corretores e seguradores estão dando em ajuda humanitária. Alguns corretores têm a alma ligada à tragédia. E casos de ajuda das seguradoras discorrem todos os dias em nosso meio e apenas consigo agradecer. Nisso, o pedido de uma bênção especial sobre cada indivíduo que se preocupa com o semelhante afligido pelo desastre natural. Porém, a questão aqui é outra, com a minha opinião como base, com muito respeito e abraços a todos que se incluírem neste mesmo pensamento de que faltou alguma coisa além do que fizemos.

Armando Luís Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros


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