O futuro do conhecimento é a reconexão
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Projetos como a Praça das Artes, em Barueri, e a Cidade das Artes e das Ciências, na Espanha, promovem a interdisciplinaridade e a criação coletiva
Jean Gaspar, secretário de Cultura e Turismo de Barueri
Nestas primeiras décadas do século 21, ganhou força a contestação do modelo de educação baseado na fragmentação do conhecimento. Essa fragmentação tem início no século XIX, impulsionada pelo modelo de produção da Segunda Revolução Industrial, e se consolida ao longo de todo o século 20, como proposta hegemônica dos currículos escolares. Nesta proposta, cada área do conhecimento é distribuída em “caixinhas” com pouca ou nenhuma comunicação entre elas. Esse modelo é implantado na educação escolar e, consequentemente, avança sobre todos os campos da formação humana, como os mundos do trabalho, do desenvolvimento científico e da cultura. Essa sociedade da segmentação, como estratégia de eficiência e produtividade, acabou promovendo a formação de indivíduos com visão de mundo cada vez mais estreita, comprometendo a capacidade criativa.
A crise da sociedade industrial e a emergência da sociedade da informação questiona esse modelo e passa a valorizar: visões de mundo mais alargadas, a interdisciplinaridade, a interconectividade, a capacidade de construção de saberes de forma coletiva (criação em rede). O indivíduo que emerge desse modelo é mais integral e integrado, capaz de sistematizar conhecimentos de diversas áreas e, portanto, mais criativo.
Em 2008, nos Estados Unidos, nasce e já começa a ganhar força a metodologia STEAM (science, technology, engineering, arts, mathematics). Criado pela educadora Georgette Yakman, da Rhode Island School of Design, o método consiste em ampliar a criatividade científica por meio da arte e vice-versa. Baseando-se nessa proposta, muitos projetos interessantes foram e são desenvolvidos, como o Dance sua tese, da Science Magazine, que desafia cientistas a contarem, pela linguagem da dança, o que defenderam em suas teses de doutorado. Outro bom exemplo foi o espetáculo “Ferocious Beauty: GENOME”, da coreógrafa Liz Lerman, em que a história da pesquisa genética humana é explorada pelos bailarinos em movimentos coreografados e que, quando apresentada em sala de aula, os alunos são convidados a modelar os conceitos biológicos apresentados na peça.
Ideia semelhante já estava presente na concepção da Cidade das Artes e das Ciências, obra do arquiteto Santiago Calatrava inaugurada em 1998 na cidade espanhola de Valência. O complexo cultural e científico integra, de forma harmoniosa, um projeto arquitetônico belíssimo, dois espaços de apresentações e experimentações artísticas, um centro de apresentações esportivas, um planetário de última geração, um aquário oceanográfico ultramoderno e um museu de ciências interativo.
No Brasil, a Praça das Artes, recém-inaugurada em Barueri (região metropolitana de São Paulo), se insere nesse contexto. A começar do projeto arquitetônico. Uma das últimas criações de Ruy Ohtake: o espaço é pensado para que todas as manifestações artísticas ali realizadas dialoguem, sem divisões estanques, praticamente sem paredes. Os alunos dos mais de 50 cursos de artes oferecidos nas modalidades, dança, teatro, música, artes visuais e circo são estimulados, pelo próprio ambiente, a se interconectarem, a perceberem a evolução da formação uns dos outros. Trata-se de um complexo cultural baseado em 3 pilares: experimentação, formação e difusão artístico-cultural e na concepção de que a arte promove seres humanos mais integrais, interconectados e criativos.
Se é certo que hoje vivemos um momento de transição, em que o mundo se digitaliza, as comunicações tornam tudo instantâneo e a tecnologia invade cada aspecto mínimo de nossas vidas, agregar os saberes, alargar as visões de mundo é talvez o que há de mais avançado no desenvolvimento de um humanismo para o futuro.
O pensamento humano precisa da arte para imaginar mundos ainda não descobertos ou não construídos. As representações gráficas de animais nas paredes da caverna de Lascaux (na França), que datam de mais de 15 mil anos, provam isso: era o imaginar do sucesso da caçada, que permitia a confiança em sua realização. Demócrito, o avô da teoria atômica, imaginou o átomo quase quatro séculos antes de Cristo, provando que a criatividade é o que move tanto artistas quanto cientistas.
Estamos em um momento de descobrir novas formas de conexão e reconexão dos muitos saberes humanos. A arte terá um papel central nesse processo, e lugares como a Cidade das Artes e das Ciências, em Valência, e a Praça das Artes, em Barueri, servem como catalizadores desse movimento. Que sejam referência para a criação de muitos mais desses espaços pelo Brasil e pelo mundo.
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