Confira o que está em jogo no custeio das aposentadorias

O aumento da longevidade das pessoas pode ser apontado como uma das grandes façanhas da humanidade. Mas o que é uma excelente notícia, por um lado, também exige uma constante atenção por outro. O feito de estarmos vivendo mais causa impactos em diversas áreas da vida como, por exemplo, a economia e os sistemas de aposentadorias em todo o mundo.

Pensar caminhos, debater tendências e apontar oportunidades para o mercado segurador na América Latina, Estados Unidos e Espanha nesse contexto são metas definidas para a 38ª. Conferência Hemisférica de Seguros – Fides, que se realizará de 24 a 26 de setembro de 2023, no Rio de Janeiro. “Longevidade Perspectiva de Vida: visão de futuro e repercussão no mercado” será um dos eixos temáticos em foco durante o evento internacional. Estarão presentes lideranças empresariais, especialistas e autoridades para debater esse e outros temas importantes para a indústria seguradora.

Aposentadorias
Um estudo recente divulgado pela Mercer, empresa de consultoria, e o CFA Institute não deixam dúvidas de que enormes desafios envolvem a garantia da renda na aposentadoria complementar.

Com o objetivo final de divulgar o ranking dos melhores fundos de pensão, o trabalho examina a conversão dos planos de Benefício Definido (BD) para Contribuição Definida (CD) e os riscos que os indivíduos assumem com essa migração. Em todo o mundo, essa modificação nos planos é apontada como o caminho para assegurar a sustentabilidade dos regimes de previdência complementar.

Responsabilidade financeira

O 14º Mercer CFA Institute Global Pension Index (MCGPI) foi divulgado em 2022 e lista os melhores sistemas de aposentadoria. O rol é liderado pela Islândia, seguida da Holanda e da Dinamarca. A análise feita demarca deficiências de cada modelo e as medidas que ajudariam a ampliar a sustentabilidade.

Foram avaliados 44 sistemas previdenciários globais, representando 65% da população mundial. A principal conclusão é de que os indivíduos terão de assumir maior responsabilidade financeira, sobretudo diante das crescentes incertezas da conjuntura econômica. Entre os fatores de riscos estão: elevados níveis de inflação, altas taxas de juros e baixo crescimento econômico, criando um quadro mais complexo e volátil para a gestão dos planos de aposentadorias. 

Novos produtos e estratégias

A Mercer afirma que serão necessários novos produtos e estratégias financeiras para proporcionar retornos adequados aos beneficiários. Até porque as taxas de juros globais saíram de patamares reduzidos para altas significativas, com efeitos diretos no custo de vida dos atuais trabalhadores e na renda auferidas dos aposentados.

“À medida que os empregadores continuam se afastando da segurança financeira oferecida nos planos BD, os indivíduos arcam com os riscos e oportunidades antes e depois da aposentadoria. Ao contrário dos planos BD, em que um indivíduo recebe pagamentos regulares de renda vitalícia ao se aposentar, normalmente os planos CD fornecem aos indivíduos um benefício de montante fixo na aposentadoria. Além disso, muitos governos estão considerando reduzir seu nível de apoio financeiro durante a aposentadoria para garantir a sustentabilidade financeira do país a longo prazo”, assinala o estudo.