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A tecnologia geoespacial e as indenizações de seguro rural

Pedro.Ronzani Pedro.Ronzani

Por Pedro Ronzani, diretor de desenvolvimento de negócios da EarthDaily Agro

A seca tem sido a grande vilã da agricultura brasileira nas últimas três safras. Em decorrência da influência do La Niña, a escassez de chuva afetou de maneira intensa as lavouras, estando muito à frente dos estragos causados pelo granizo e geada. Ao analisarmos os eventos climáticos preponderantes em 2021, 2020 e 2019, a seca soma 79% das ocorrências, 61% e 66% respectivamente, enquanto a geada registrou 14%, 10% e 9% e o granizo, 4%, 15% e 12%.

Os estados mais afetados foram o Paraná, com 45% de perdas na produtividade por causa do estresse hídrico nas plantas; o Rio Grande do Sul, com 21% de impacto; e o Mato Grosso do Sul, com 17% de perdas. De acordo com levantamento feito pela Embrapa Soja e a CNA - Confederação Nacional da Agricultura - o impacto da seca na cultura da soja na safra 21/22 atingiu a marca de R$72 bilhões em prejuízos. E vale lembrar que os estados mais afetados também haviam tido prejuízos com falta de chuva em anos anteriores.

As indenizações de seguro rural somaram R$5,4 bilhões em 2021, pagos pelas companhias habilitadas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do Ministério da Agricultura (Mapa), com um crescimento de 539,69% quando comparamos com os R$854,4 milhões pagos em 2019. Do montante, 79,3% foram para indenizações por perdas devido à seca, ao todo R$4,3 bilhões. A geada respondeu por 13% das indenizações, com aproximadamente R$740 milhões. Esse valor de indenizações é um recorde!

Um fator que muitos produtores rurais ainda não conhecem é a tecnologia que está por trás da apólice, que acelerou nos últimos anos a liberação tanto na contratação do seguro rural, quanto no pagamento da indenização. A tecnologia geoespacial trouxe maior transparência, segurança e velocidade no processo de concessão do seguro, na investigação do sinistro e no levantamento das perdas de maneira eficiente. Hoje é possível, com a tecnologia geoespacial, obter dados diariamente do impacto do principal evento causador de sinistros agrícolas em qualquer área do Brasil, verificar a seca nas lavouras, por exemplo, e quantificar o nível de quebra antes mesmo do final da safra. Tornou-se ferramenta indispensável para todos que gerenciam seguros agrícolas, uma vez que traz previsibilidade sobre os números de indenizações muito antes de elas efetivamente ocorrerem.

A maioria das seguradoras conta hoje com o sensoriamento remoto a partir de imagens geradas por satélites, com informações sobre a propriedade e a atividade agrícola desenvolvida nela, além de modelos meteorológicos. Os dados fazem uma retrospectiva de elementos como situações de clima adverso que ocorreram na região e produtividade atingida nas propriedades ao longo das safras. Desta forma, a seguradora tem um perfil detalhado da área, podendo fazer uma análise de risco mais profunda, transparente e justa para o produtor rural.

Em caso de sinistro por evento climático, uma empresa que processa dados meteorológicos e de imagens de satélite para uso na agricultura consegue fornecer à seguradora, quase em tempo real, a situação da propriedade segurada. É uma evolução sem igual para a contratação de seguro rural.

É possível ter dados de produção dos últimos 30 anos obtidos por meio do monitoramento geoespacial de lavouras em todos os países, a partir de dados a nível de gleba, assim como a conformidade ambiental, consistência e capacidade produtiva durante a safra, ao invés de considerar a produção média regional ou de um município como referência. No Brasil, somente a EarthDaily Agro monitora mais de 9 milhões de hectares diariamente, através de um sistema próprio de processamento de dados de satélite, trazendo informações valiosas para diversos setores do agronegócio como seguradoras, bancos, fintechs, fundos de investimento e agricultura de precisão, por exemplo.

O uso de alta tecnologia geoespacial pode auxiliar na capacidade de reação mais assertiva ao enfrentamento dos fatores climáticos adversos. A safra verão 22/23 começou e, em diversas regiões, com pé direito desta vez, já que há mais registros de chuva nas áreas produtoras. O ano tende a ser desafiador, novamente, para outras regiões, onde já vemos um plantio mais atrasado e irregularidade de chuvas neste mês de novembro. Assim sendo, não podemos deixar de ficar atentos a todas as variações de clima que possam afetar de alguma maneira a cultura instalada e venham gerar sinistro. Por fim, desejo uma ótima safra para todos os produtores rurais do Brasil.

*Pedro Ronzani é mestre em agronomia pela pela Esalq/USP e atua há 14 anos em empresas do setor do agronegócio.


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