Luta das mulheres como profissão
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Leonardo Dias
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No Serviço Social, elas são maioria entre profissionais e população atendida. Defesa intransigente dos direitos sociais e humanos das mulheres é tarefa diária de assistentes sociais
O 8 de Março — Dia Internacional de Luta das Mulheres, celebrado nesta semana, destaca a pauta da luta das mulheres por direitos no mundo todo. No Brasil, essa luta tem entre suas principais vozes uma categoria profissional constituída majoritariamente por mulheres, a de assistentes sociais. Segundo a Conselheira Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo — 9ª Região (CRESS-SP), Nicole Araujo, dos/as mais de 39 mil assistentes sociais inscritos/as e ativos/as no estado de São Paulo, quase 90% são mulheres. “Nossa categoria é diversa, as mulheres assistentes sociais são da classe trabalhadora, são mulheres negras, indígenas, transexuais e travestis, de diferentes faixas etárias e inseridas nos mais diversos espaços sócio-ocupacionais”, descreve Nicole, para quem ser majoritariamente feminina diz muito sobre as escolhas e decisões históricas tomadas por essa classe profissional.
“Somos uma profissão eminentemente feminina desde sua origem, que reproduzia em seu projeto original conservador as desigualdades de gênero. Há 40 anos, revolucionamos o nosso projeto ético-político profissional e nos colocamos ao lado da construção de uma sociedade emancipada, combatendo todas as desigualdades de classe, raça, gênero, orientação sexual. E, portando, nos aliamos a todos os movimentos sociais com essa perspectiva, inclusive o movimento feminista”, completa Maria Elisa Santos Braga, assistente social de base do CRESS-SP. Ela acrescenta que, por serem em sua maioria mulheres com a perspectiva de materializar, em suas ações profissionais, esse projeto, além de terem consciência das desigualdades, sabem identificá-las — nelas próprias, na sociedade e com a população atendida. “Investimos nossas ações e luta em desconstruir essas desigualdades”, salienta.
Nicole Araujo ressalta que são dezenas de milhares de mulheres assistentes sociais que se posicionam e se organizam para atuar na realidade, denunciando e enfrentando inúmeras violações, desmontes e, ainda, ataques ao Serviço Social no Brasil. “Nós, mulheres, somos a maioria na sociedade e no Serviço Social, e vivenciamos a desigualdade de gênero em todos os espaços que ocupamos. Recebemos os priores salários, enfrentamos cotidianamente a violência e o assédio moral e sexual, vivenciamos a maternidade compulsória e não temos o direito de decidir sobre os nossos corpos. São muitos os marcadores sociais que vão denunciar o caráter avassalador do machismo e da desigualdade de gênero que é tão forte em nosso país”, reflete.
Maria Elisa lembra que toda assistente social tem obrigação, seja qual for sua área ou política pública de atuação — habitação, saúde, assistência social, entre outras —, de trabalhar para que a mulher seja respeitada, acesse seus direitos e entenda as desigualdades e violências que sofre, para contribuir para sua superação. “Essa é nossa tarefa, assumida em nosso projeto, coletivamente”, reforça. Mas o fato de ser uma categoria majoritariamente feminina em uma sociedade machista como a brasileira impõe dificuldades para as profissionais da área.
Nicole dá exemplos como a baixa remuneração, a subalternidade imposta em relação a outras categorias profissionais, o descrédito e o desrespeito à autonomia e às opiniões técnicas das assistentes sociais. “Ainda existe no imaginário social aquela figura da assistente social que é uma ‘moça boazinha, que cuida dos pobres e desamparados’, e não é à toa que esses estereótipos também sejam os mesmos atribuídos ao modelo ideal de mulher desejável às estruturas sociais patriarcais e capitalistas, daquela mulher submissa e mansa, que dedica sua vida ao cuidado dos demais, sendo ‘bela, recatada e do lar’”, comenta. No cotidiano profissional das assistentes sociais, além do enfrentamento desses estereótipos, está a recusa à atuação que busca determinar e controlar as escolhas e os modos de vida das camadas mais pauperizadas da classe trabalhadora.
As mulheres, observa Nicole Araujo, são também a maioria atendida nos serviços de saúde, assistência social, habitação, previdência social, educação e demais políticas públicas. O contexto de atendimento nos espaços sócio-ocupacionais, hoje, segundo a assistente social, é de construção de respostas às desigualdades sociais que vêm sendo aprofundadas, à falta de acesso aos direitos humanos e sociais e às violações, de um modo geral. “Devemos manter o olhar atento para a exploração, o machismo, o racismo e a LGBT+fobia, que atravessam as vidas das mulheres trabalhadoras que atendemos cotidianamente, e contribuir na denúncia de tais contextos, atuando de modo a fortalecer mulheres no coletivo”, afirma.
Ela destaca que a atuação das e dos assistentes sociais é composta pelas dimensões teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política, e por uma intervenção técnica conduzida por princípios e valores de liberdade, autonomia, defesa intransigente dos direitos humanos, recusa do autoritarismo, ampliação da cidadania e aprofundamento da democracia, defesa da justiça social e eliminação de todas as formas de preconceito, compromisso com a construção de uma sociedade sem exploração e opressão. “A luta pelos direitos das mulheres é a luta por condições para o avanço da consciência e a superação do modo de produção capitalista. A violência e a desigualdade de gênero perpassam a vida de cada mulher deste país, e, como mulheres e assistentes sociais, precisamos enfrentar, denunciar e compor a luta pelo fim desse cenário”, enfatiza a presidenta do CRESS-SP.
Nicole Araujo fala, ainda, do lançamento da campanha nacional “Nós, mulheres, assistentes sociais de luta!”, promovida pelo Conjunto CFESS-CRESS (formado pelo Conselho Federal e pelos Conselhos Regionais de Serviço Social). “Essa campanha deve nos inspirar a bradar que não aceitaremos mais os menores salários, o assédio, o desrespeito, a violência e o feminicídio, que queremos decidir sobre os nossos corpos e as nossas vidas, que não nos calaremos diante da exploração e da opressão machista que nos mata e nos silencia diariamente. Nós, mulheres, assistentes sociais de luta, sabemos qual é a nossa classe — a trabalhadora. Somos antirracistas e estaremos lado a lado com outras mulheres e homens dispostos a construir uma sociedade livre e emancipada”, conclui.
As porta-vozes do CRESS-SP estão disponíveis para falar com a imprensa. Para entrevistas, declarações e outras contribuições, entre em contato com a assessoria de imprensa do CRESS-SP.
SOBRE O CRESS-SP
O Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo — 9ª Região, CRESS-SP, integra o Conjunto CFESS-CRESS, criado após a regulamentação da profissão de assistente social. O CRESS-SP foi instituído pela Lei nº 3.252/57, pelo Decreto nº 994/62 (hoje alterados para Lei 8.662/93) — uma exigência constitucional para todas as atividades profissionais regulamentadas por lei. Por ser uma entidade de direito público, o CRESS-SP tem suas contas apreciadas anualmente pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Compete ao CRESS-SP: orientar, disciplinar, fiscalizar e defender o exercício da profissão de Serviço Social; zelar pelo livre exercício, dignidade e autonomia da profissão; organizar e manter o registro profissional dos/das assistentes sociais e das pessoas jurídicas que prestam serviços de consultoria; zelar pelo cumprimento e observância do Código de Ética Profissional.
Na internet: cress-sp.org.br, facebook.com/cress.saopaulo, instagram.com/cress_sp, youtube.com/cresssp.
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