Commodities: qual o impacto da guerra nos investimentos?
- Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por Adriane Schultz
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Analista CNPI destaca empresas que podem ser prejudicadas e beneficiadas neste cenário de invasão russa à Ucrânia e sanções econômicas
Nesta quarta (2), o preço do barril de petróleo superou US$ 110 dólares. Por volta de 12h (horário de Brasília), o barril Brent subia 5,77%, sendo negociado a US$ 111,03. E não é apenas o petróleo que tem registrado altas históricas, desde que a Rússia, terceiro maior país produtor de petróleo do mundo, invadiu a Ucrânia. Levantamento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostrou que os preços pagos em fertilizantes aumentaram até 5,8% em apenas uma semana. O valor pago pelos fertilizantes derivados de ureia atingiu US$ 642 a tonelada na última quinta-feira (24).
Segundo Rob Correa, analista de investimentos CNPI e autor do livro "Guia Do Investidor de Sucesso no Longo Prazo", o Brasil é um país muito dependente de fertilizantes russos. Em 2021, o país importou da Rússia US$ 5,7 bilhões de dólares em adubos e fertilizantes do país, que é o maior fornecedor do insumo. "O Brasil é um dependente da Rússia na importação de fertilizantes e isso é fato. A China é o segundo maior fornecedor (US$ 2,1 bilhões), mas o valor não chega nem na metade do que o Brasil importa da Rússia", diz.
Outro ponto importante é que a Ucrânia é um grande produtor de milho. "Com o país em guerra, a oferta de milho diminui. Com a diminuição da oferta, o preço sobe", afirma Rob. É importante destacar também que o milho é o principal componente da ração de gado.
O trigo é outro item fortemente afetado, de acordo com o especialista. A Rússia é uma grande produtora de trigo, usado como insumo para pão e macarrão, por exemplo. "Rússia e Ucrânia juntas são responsáveis por 17% do milho do mundo e 28% do trigo do mundo, ou seja, são commodities muito importantes para o Brasil", comenta o analista.
Quais são as ações prejudicadas?
Segundo Rob Correa, BRF (BRFS3), JBF (JBSS3), MARFRIG (MRFG3) e MINERVA (BEEF3) são empresas que tendem a ser prejudicadas neste cenário de guerra e sanções. Por outro lado, podem também se beneficiar. A Ucrânia é exportadora líquida da ordem de 300 mil toneladas de frango. "É muito menos que o Brasil, mas o país do Leste Europeu exporta, principalmente, para a Arábia Saudita. E o Brasil poderia capturar um pedaço dessa oferta ucraniana que entra na Arábia Saudita, o que é positivo", afirma Rob.
Por outro lado, o aumento do preço do milho, usado nas rações de animais, tende a trazer prejuízo para essas empresas: "Isso pode impactar no custo de produção dessas companhias. Temos que colocar tudo na balança. Quando aumenta o preço da ração, aumenta também a despesa da empresa para produção e a margem fica menor".
Rob lembra que o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e a Rússia é grande importadora. Em novembro do ano passado, a Rússia planejava estabelecer cota de importação isenta de impostos de até 200 mil toneladas de carne bovina para 2022. Porém, com a invasão, os planos devem mudar.
Outras empresas que tendem a ser prejudicadas, segundo Rob, são a SLC AGRICOLA (SLCE3) e a BRASIL AGRO (AGRO3). "O aumento do preço dos grãos é até benéfico para essas empresas, mas o aumento dos fertilizantes pode prejudicá-las. O lado bom é que as empresas compram fertilizantes com bastante antecedência. No curto prazo, ganham mais receita porque o preço da produção estará maior no mercado internacional, mas no médio prazo, acabam sendo impactadas pelo custo dos fertilizantes", menciona.
A M DIAS (MDIA3) é outra empresa prejudicada, já que o custo do trigo compõe quase metade dos gastos da empresa. "Essa é potencialmente a empresa mais afetada pelo cenário de escassez. Por mais que a maior parte do trigo importado no Brasil seja da Argentina, o preço do trigo tem como base a cotação internacional. E no cenário em que muitas pessoas estão comprando, o preço sobe", explica.
Entre as empresas prejudicadas, Rob destaca também a AMBEV (ABEV3). No caso da empresa, 10% do custo de produtos vendidos estão relacionados com o preço do milho e trigo. "Essas commodities têm fator crucial na composição de preços da AMBEV e quaisquer aumentos podem afetar a lucratividade da companhia. O dado positivo é que a AMBEV estaria protegida desses custos mais altos até o fim de 2022", ressalta.
Entre as empresas que se beneficiariam desse cenário de guerra e aumento de preços com o barril de petróleo acima de US$ 100 dólares, estão PETROBRAS (PETR4), PETRORIO (PRIO3), PETRORECONCAVO (RECV3) PETROLEUM (RRP3) e ENAUTA (ENAT3): "A Petrobras pode precisar fazer políticas públicas e segurar o preço do petróleo, pois com o barril acima de US$ 100, o preço da bomba passa os R$ 8 reais o litro. E essa não é uma projeção agressiva. É o cenário mais tranquilo. Há especialistas que estimam R$ 10 reais o litro".
Sobre Rob Correa: É analista de investimentos CNPI e fundador da Hedgepoint, escola de educação financeira. É investidor profissional certificado pela CVM e autor do Guia Do Investidor de Sucesso no Longo Prazo: Os Segredos Para a Independência Financeira. Investidor na bolsa de valores brasileira desde 2013 e na bolsa americana desde 2014. Criador dos Cursos Fórmula de Omaha (para investimentos no Brasil) e Hackeando Wall Street (para investimentos no exterior). Possui mais de 123 mil inscritos em seu canal no Youtube e mais de 50 mil seguidores no Instagram.
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