A oportunidade para oferecer a proteção que a sociedade brasileira descobriu que precisa

Em vigor desde o final de 2019, depois de amplas discussões e de virar assunto nas rodas de amigos e nas residências nos almoços de domingo, a reforma da Previdência contribuiu para o aumento da conscientização sobre a necessidade de se ter uma proteção e uma renda complementar para o sustento próprio e das famílias. Este fenômeno intensificou-se com a pandemia, que acabou por jogar ainda mais luz sobre a vulnerabilidade dos indivíduos e a grande desigualdade econômica no país, que tem implicações em toda a sociedade.

Com a pressão causada no mercado de trabalho, muitos empregadores, que antes da Covid-19 já se viam com o dever de cuidar de sua força de trabalho, intensificaram seus programas de bem-estar e amparo. Porém, há muito o que fazer nesse campo, conforme aponta o relatório mundial recém-publicado no Brasil “Moldando um futuro de trabalho melhor”, feito pela Zurich Insurance Company em colaboração com a Universidade de Oxford. Fruto da análise de líderes de 17 países, entre os quais brasileiros, o documento fala do impacto da pandemia no mundo do trabalho e as implicações na proteção e na renda dos indivíduos.

Ele revela que os planos de previdência empresariais cobrem apenas 6% da população economicamente ativa do país. Ainda que após a reforma da Previdência esse mercado tenha crescido e exista uma estimativa de que deva ser de 3 a 4 vezes maior nos próximos 10 anos, se nada for feito, o cenário não mudará nesse período.

O relatório também indica que apenas 40% dos trabalhadores brasileiros atuam dentro da formalidade e parte expressiva dos 60% restantes não procuram uma proteção por conta própria. Assim, ficarão desprotegidos futuramente. Essa realidade é preocupante na medida em que a população acima dos 65 anos só crescerá. Segundo o IBGE, hoje ela representa 9,2% do total de brasileiros e saltará para 25,5% em 2060.

Some-se a isso outro fator. Embora a maior parte das grandes empresas no Brasil ofereça planos de previdência aos seus funcionários, este tipo de benefício por aqui não é obrigatório. A Câmara de Comércio Brasileira até discutiu essa possibilidade, estimulando uma legislação específica, mas a ideia não saiu do papel.

O contexto hoje é outro e a discussão precisa avançar. Desde o início da pandemia, os brasileiros se despertaram para a importância de uma proteção. Para se ter ideia, 60% das pessoas que trabalham no mercado informal têm procurado fazer um seguro de vida para proteger suas famílias. Ou seja, a consciência sobre o risco pessoal aumentou como resultado da pandemia.

É reconfortante atestar que os brasileiros estão cada vez mais conscientes sobre a necessidade de proteção para os seus riscos pessoais, imediatos e futuros, buscando soluções para se protegerem de situações adversas. Estamos preparados para atender esses indivíduos que, cada vez mais, buscam instrumentos uma proteger as suas famílias e as suas conquistas.