Relações do Estado, a livre iniciativa e as empresas
“A situação do Brasil é dramática, sobretudo para as pequenas e médias empresas”, afirma Walfrido Jorge Warde Junior, presidente do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE). Quem sobrevive a um ano de pandemia, lockdown e falta de incentivo governamental? Warde acredita que o cenário favorece apenas as grandes corporações. “Sem muita concorrência, aumentam seu poder de mercado e sua aproximação com o Estado, com o risco de estabelecer uma relação de domínio, visto que ela passa a ser provedora de produtos, serviços, postos de trabalho e ainda pode regular a demanda de consumo” alerta.
Warde avalia que a saída de multinacionais do Brasil é preocupante, mas previsível. “O nível de compromisso para continuidade de empresas no país é baixo e, à medida em que diminui o mercado consumidor em consequência da perda do poder aquisitivo, não faz sentido se manter aqui, pois a finalidade dessas empresas é gerar lucro”, explica. Ele ressalta ainda a grave crise sanitária no Brasil, ultrapassando 400 mil mortes. “Não temos um projeto para sair da crise. Não conseguimos executar bem o lockdown, nem o distanciamento social e não estamos protegendo as pessoas”, lamenta. Para ele, talvez estejamos próximos de uma curva decrescente de contágio e de morte, mas será uma chaga de natureza sanitária e econômica que não esqueceremos.
Quanto ao cenário político futuro, Warde prevê eleições polarizadas entre o presidente Bolsonaro e Lula, agora elegível. “Por outro lado, se houver um desgaste acentuado do presidente até lá, poderemos ter um candidato do centro no segundo turno com Lula”, cogita. Em relação à reforma tributária, diz que falta consenso e uma proposta que proporcione distribuição de renda, alíquota progressiva e que, de fato, tire o ônus dos assalariados de sustentar o Brasil.
Reflexos dos custos de produção na economia
O Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, apresentou uma variação de 32%, de maio do ano passado até abril deste ano. Segundo o economista Otto Nogami, isto aconteceu porque o IGPM é composto por três indicadores, que medem: a variação de preços da estrutura de consumo das famílias, a variação de preços na construção civil e, o mais representativo deles, a variação de preços na indústria. “O índice que mede a variação de preços na indústria acompanha oscilação das matérias-primas brutas, principalmente combustíveis, que foram afetados diretamente pela forte desvalorização do Real. Em consequência, o segmento de logística foi atingido e, por estar presente em todos os setores, justifica o encarecimento dos preços finais ao consumidor”, explica.
Retomada, ainda que tímida
“Muitas empresas sofreram queda no faturamento de março a maio do ano passado. Algumas, entretanto, já estão conseguiram reverter a situação mudando a estratégia de negócios, seja por meio do comércio eletrônico, delivery ou investindo em tecnologia”, afirma Marcos Travassos, CEO da Money Money Invest, uma fintec que faz operações de crédito para pequenas e médias empresas. Segundo ele, no primeiro trimestre de 2021, apesar da segunda onda de covid-19, há empresas crescendo e procurando linhas de crédito para custear contratações, equipamentos e até expansões.
A força do esporte eletrônico
O mercado de esporte eletrônico começa a ser visto com maturidade por industriais e empresários, segundo Daniel Cossi, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Eletrônico (CBDEL). Para ele, houve amadurecimento no entendimento do papel desse segmento como ferramenta de informação e inclusão, tornando o mercado atrativo para nichos focados num engajamento diferente: marcas, produtos e serviços relacionados à educação e novos negócios com interesse em transmitir valores e não apenas para ações promocionais.
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