Como começar a vender na internet? Saiba algumas dicas para sua empresa sair do zero

Muita gente começou a enxergar na pandemia do coronavírus uma oportunidade para empreender. Com a crise econômica e o desemprego afetando milhões de trabalhadores, ter o próprio negócio, utilizando a internet para alavancá-lo, surge como uma opção viável para ter renda e um recomeço na carreira.

A Soul Calçados, marca do empresário Filipi Sant’Anna, foi criada em plena pandemia, em 2020. O foco, desde o início, era a venda online de sapatos. Atualmente, a empresa já conta com duas lojas físicas em shopping centers e planeja expandir sua atuação em diferentes pontos de venda.

O empresário conta que o começo da empresa foi difícil. A ideia surgiu quando Filipi ficou desempregado e pensou em alternativas para driblar a dificuldade financeira que enfrentava. Lembrou do seu amor pelo mercado da moda, existente desde sua adolescência, e resolveu investir no ramo.

"Começamos a vender de forma bem amadora por grupos e comunidades locais do Facebook, mostrando nosso catálogo de sapatos e o diferencial que tínhamos em relação ao resto do mercado”, explica. “Não havia muitos recursos financeiros. Estava arriscando minhas economias guardadas na poupança e buscando uma solução para pagar as contas”, afirma Filipi. Ele revela que não precisou de um alto investimento inicial. “Comecei com exatamente 900 reais, comprando duas grades de sapatilhas”, relembra.

De acordo com ele, os primeiros passos para quem está criando uma empresa do zero e quer focar nas vendas no ambiente online é investir em marketing digital. “Um cronograma diário de postagens é fundamental. Todos os dias você deve colocar na cabeça do seu público-alvo que sua marca está ali, pronta para atender a necessidade dele em qualquer momento e ocasião. Falo para todos que o universo online requer, acima de tudo, paciência e constância”, aponta.

Assim como toda empresa, a Soul também passou por inúmeros desafios durante os primeiros meses. Um dos principais arrependimentos de Filipi nessa época tem a ver com o cumprimento de cronogramas.

“No início, é difícil ter um planejamento exato e que atinja 100% do cronograma, então não demora muito para a gente se perder no que é prioridade e no que se deve fazer. Errar é humano, lógico, mas tentaria errar menos, o mínimo possível, já que a grana inicial é curta e não é legal ter gastos adicionais por problemas que poderiam ter sido evitados”, explica.

“Lembro que perdemos muita receita devido ao atraso em 15 dias de uma coleção de inverno. O tempo pode ser tanto seu aliado quanto seu maior inimigo. Penso sempre que não podemos perder o timing dos principais lançamentos da nossa marca e precisamos planejar tudo com muito cuidado.”

Além disso, o empreendedor também precisa ter criatividade e jogo de cintura para enfrentar a concorrência. A busca por parcerias, por exemplo, pode ajudar na divulgação e brand awareness – isto é, consciência de marca.

“O mercado para quem está começando é sempre mais difícil. Você necessita praticamente gritar para todas as pessoas que você existe, que está disponível e que é diferente de tudo o que já foi apresentado antes. Essa tarefa parece ser fácil mas não é, se levarmos em consideração que as grandes empresas, pela verba e espaço mais expressivos, sempre vão sair em vantagem”, acrescenta.

“Todo empresário deve aproveitar ao máximo as brechas do comércio. No meu caso, sempre tentava pensar à frente das grandes empresas. Por conta da internet, o mundo atualmente nos possibilita mais oportunidades de mostrar nosso trabalho.”

No fim das contas, o grande segredo para se ter sucesso como empreendedor segue sendo o mesmo: vender um produto ou serviço de muita qualidade. “Não devemos nos intimidar. Mesmo que comecemos pequenos, devemos ter postura de grandes empresas. Se nosso trabalho é bem feito, terá visibilidade na mesma proporção das marcas maiores”, conclui.