Saúde suplementar no Brasil: clínicas têm assumido importante papel
Médico explica a clínica que preside faz para atrair e negociar com operadoras de planos de saúde
A preocupação com a saúde, motivada pela pandemia, pode ter sido o gatilho para um importante movimento na saúde suplementar. Após passar cerca de cinco anos em queda e perder mais de três milhões de usuários, as operadoras viram, em 2020, uma notável mudança: o ano fechou com mais de 500 mil novas adesões em relação a 2019, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS.
A verdade é que ter plano de saúde é o terceiro maior desejo do brasileiro, perdendo apenas para educação e moradia própria, segundo o Ibope. Na visão de Miguel Torres Leite, presidente do Instituto de Radioterapia São Francisco - IRSF, quem busca um plano de saúde é regido pela visão de que o setor privado pode oferecer mais qualidade em relação ao Sistema Único de Saúde - SUS. “O usuário quer pagar preço justo e ser bem atendido em qualquer ocasião”, opina. O médico destaca também outros atores desse processo: “as clínicas e os hospitais têm um papel que vai muito além do bom atendimento”, afirma.
Movimentos na saúde suplementar
Mas para entender é importante conhecer a conjuntura da saúde no Brasil, que vem fazendo movimentos importantes desde a abertura para o capital estrangeiro, em 2015. E como isso afeta a sua vida, das operadoras e clínicas.
Segundo Torres, atualmente, após fusões e aquisições de grandes operadoras no país, importantes grupos de saúde suplementar vêm trabalhando para melhorar cada vez mais sua cartela de serviços. “Ou seja, a concorrência tem forçado a mudança de estratégia”, diz.
“Onde quero chegar com isso? Tradicionais operadoras brasileiras estão se abrindo para a negociação e ajustando o “modus operandi” para garantir a permanência de clientes e prestadores de serviços, como as clínicas de saúde”, explica. Esse último, segundo Miguel, quando aberto à negociação e ao compartilhamento de risco, tem destaque dentro desse universo.
Compartilhamento de risco
“O grande desafio das clínicas hoje é oferecer atendimento de alta qualidade ao paciente a um custo atrativo às operadoras de planos de saúde”, afirma. Algumas clínicas brasileiras vêm realizando um trabalho nesse sentido, como o IRSF, em Belo Horizonte, presidido pelo Miguel. “Atuando junto às operadoras, nós visamos o compartilhamento do risco, oferecendo a elas a possibilidade de pagar menos pelos procedimentos, ao mesmo tempo em que entregamos alta qualidade técnica”, comenta.
Trata-se de um acordo onde todos ganham: o paciente do plano passa a ter acesso à saúde sem amarras, a clínica não nega procedimentos ao negociar para que o plano cubra todos eles e a operadora, por fim, paga mais barato pelo serviço.
“Estamos em um momento em que a entrada de capital estrangeiro na saúde cria ambientes nos quais se ofertam serviços de qualidade, mas atraem uma mínima parcela da população capaz de pagar pelo atendimento”, contextualiza Miguel. “Esse movimento também provoca a migração de médicos para os hospitais particulares de capital estrangeiro (que oferecem benefícios muito atrativos), deixando deficitários o atendimento básico e gratuito; o atendimento particular de baixo custo e em áreas remotas”, sintetiza.
Para evitar um colapso, continua o médico, os planos de saúde precisam agir para manter seus cooperados e seus clientes. “Um passo muito importante é dar atenção a esses prestadores que estão dispostos a compartilhar o risco”, sugere. “É nesses lugares que a operadora irá encontrar alternativas para explorar o mercado e prestar serviços de qualidade, cobrindo a maior parte dos procedimentos que puder”, conclui.
Sobre o IRSF
Há mais de 40 anos curando pessoas e contribuindo para o bem estar, o Instituto de Radioterapia São Francisco é reconhecido pela inovação e pioneirismo em radio-oncologia e radioterapia. Seu corpo clínico é composto por médicos especialistas em radio-oncologia com grande experiência e, constantemente incorpora novos médicos que trazem a inovação. Tem como missão levar excelência técnica em radioterapia e tratamento humano para todos e faz isso trazendo acessibilidade. Possui, entre outros equipamentos, dois aceleradores lineares de partículas sendo um novo Acelerador Elekta equipado com IMRT; braquiterapia de alta taxa de dose; sistema de planejamento computadorizado baseado em algoritmo de MonteCarlo e equipamentos de proteção radiológica e de dosimetria de alto padrão. Realiza tratamentos convencionais, com conformação tridimensional, IMRT-irradiação com intensidade modulada e braquiterapia. Foi responsável por realizar, de forma pioneira em Belo Horizonte diversas técnicas tais como o hipofracionamento em câncer de mama. É certificado pelo Ministério da Saúde em excelência em controle de qualidade.
*Miguel Torres Teixeira Leite é médico graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (CRM: 9377-MG) e especialista em Radioterapia (RQE Nº: 2910). Atualmente é Presidente do Instituto de Radioterapia São Francisco e membro do Corpo Clínico do Centro de Radioterapia do Hospital Felício Rocho.
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