Desvendamos o segredo para um planejamento 2021 de sucesso

Muitas empresas já iniciaram seus processos de planejamento estratégico e orçamentário para o próximo ano. Este é um processo muito importante para as empresas, em especial após um ano como o de 2020, com uma crise que nos forçou a reavaliar prioridades e nos fez pensar em diversas adaptações. Este momento de planejamento, portanto, é ideal para renovar a cultura e mentalidade da empresa e aplicar ferramentas de gestão baseadas em OKRs.

Segundo a Google, pesquisas relacionadas ao termo OKR aumentaram em 100 vezes desde o início do ano. E não para menos, uma implementação de OKRs, se bem feita, garante uma gestão mais eficiente e aqui vamos explicar o porquê. Pedro Signorelli, experiente "insider" na aplicação, em empresas de diversos tamanhos e segmentos, da ferramenta de gestão, traz dicas valiosas para esse momento tão determinante para o futuro do seu negócio.

"A construção dos OKRs anuais, alinhados com um processo também "bottom up" cria uma visão compartilhada do que se deseja alcançar, enquanto estratégia da empresa, trazendo uma visão mais clara do que é importante e, consequentemente, engajando mais os colaboradores em torno desta agenda.", afirma Pedro.

Outro ponto positivo do uso de OKRs que destacamos é o desdobramento deste plano em ciclos menores. Definir metas trimestrais, além das anuais, por exemplo, faz com que a empresa possa avaliar se os resultados estão sendo alcançados como o esperado ou se é preciso um realinhamento de rota.

Paul Niven, um grande especialista no trabalho com OKRs nos Estados Unidos, propõe também o planejamento em duas cadências. Segundo Niven, para executar um plano com eficácia hoje, precisamos calibrar a velocidade de execução para que seja apropriada para os diversos níveis da organização. Isso exige uma velocidade para os executivos seniores e uma segunda velocidade para aqueles que estão mais próximos da ação do dia-a-dia. Esse modelo é chamado de "Modelo de Duas Velocidades".

Quando combinadas, essas duas cadências fornecem perspectivas para examinar o seu negócio de uma forma sistemática e holística, e garante uma avaliação cuidadosa dos indicadores e resultados.

Para Pedro, os OKRs são como um GPS. "Os indicadores funcionam como o painel do carro, onde temos uma visão sobre o tempo e os recursos utilizados para se alcançar a meta ou "destino", eles mostram o caminho que foi percorrido e o momento presente, onde a empresa está. Já os OKRs nos dão o direcionamento, com rotas, horário de chegada e todo detalhamento de informações necessárias para chegar ao local de destino. Você precisa dos dois para chegar ao destino de maneira mais eficiente e os gestores devem se apoiar nessas informações para as tomadas de decisões", completa Pedro.

Envolvendo a equipe

Pedro ressalta ainda a importância de um processo de planejamento que envolva mais pessoas da equipe. Normalmente, os ciclos de planejamento estratégico são feitos entre poucas pessoas, altos executivos, com uma visão majoritariamente voltada para métricas de longo prazo, o que, estrutural e processualmente, não engaja os colaboradores no curto prazo.

"A visão do que se quer alcançar é etérea, à medida que permeia a organização, a ideia inicial vai se perdendo, como em um telefone sem fio. Muita água passa por debaixo da ponte entre o momento do planejamento do ano vigente e dezembro do ano seguinte, para o qual o planejamento está sendo construído. Existe muito mais um "wishful thinking" do que coisas concretas onde os colaboradores possam se agarrar", comenta Pedro.

O erro mais comum cometido por gestores nesse momento, destaca Pedro, é impor as coisas e fazer um processo de crítica distante, como alguém que não tem "tempo para isso", pois está ocupado com outras coisas, como problema das empresas de forma mais ampla e geral, por exemplo.

Planejamento em ano de crise

Momentos de crise costumam ser um balde cheio de oportunidades para rever estratégias e processos que não funcionam mais, como por exemplo, passar dois ou três meses do ano definindo metas que, ao chegar o meio do ano seguinte, já não fazem mais sentido.

É aí que, de acordo com Pedro, entra a aplicação de um planejamento baseado em OKRs. A avaliação constante de resultados e objetivos com ciclos mais curtos em um contexto de volatilidade maior, nos obriga a fazer adaptações que vão nos levar ao sucesso.