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Eu faço parte dos 8,3%

Adilson de Mora*

Sou preto, tenho 39 anos, e, assim como vários negros e pardos, já senti olhares me seguindo em lojas de departamento, supermercados e em outros estabelecimentos comerciais me descriminando pela minha cor. Por sermos pretos, está estampado em nossas testas que somos ladrões?

Esse preconceito velado e silencioso que vivemos, faz muitos brasileiros - normalmente brancos e de classe média - dizerem abertamente em grupos de amigos e em suas redes sociais que não há racismo no Brasil e que estão querendo criar o preconceito racial por aqui.

As inúmeras denúncias de racismo e violência contra pretos estão aí para provar o contrário.

No mundo corporativo, não poderia ser diferente. Um levantamento do Vagas.com, feito em 2020, constatou que apenas 8,3% dos brasileiros classificados como pretos e pardos ocupam cargos de alta e média gestão.

Nas posições de gerência, esse percentual cai para 3,4%. Os negros só lideram as contratações em posições operacionais (47,6%) e técnicas (11,4%).

Apesar de esse cenário triste e que deve durar anos para ser modificado, posso dizer que sou uma pessoa um pouco fora da curva por minha cor ter pesado uma única vez em um processo seletivo.

Passei por todas as etapas e, na fase final, que era a entrevista com o diretor, senti o preconceito no seu olhar. Mesmo sendo qualificado para a vaga, não fui selecionado.

Ao receber a ligação com a negativa, prometi que quando ocupasse cargos de chefia, avaliaria os profissionais pelo que eles são e não pela sua aparência.

Nesses 20 anos de atuação no mercado de trabalho, fui testemunha de injustiças, mas também de histórias vitoriosas, como a de um diretor financeiro, que era preto e que foi cortejado por dois grandes grupos varejistas, nas quais me inspirei.

Atualmente sou gerente de Recursos Humanos da VATI, empresa de tecnologia para comunicação e marketing, e minha cor nunca pesou no meu cargo e nas minhas decisões.

Em minha atuação na VATI, valorizo o profissional pelo que ele é, por sua capacidade profissional e não pela sua imagem e cor. Entrei com a missão de aproximar colaboradores e diretoria e de manter o espírito de diversidade da agência.

Não mensuramos nossos 150 colaboradores pela sua cor, gênero, sexo, religião ou classe social. São seres humanos, profissionais e todos merecem o respeito da empresa pela sua atuação e engajamento no que faz.

Fico feliz por ter tido a oportunidade de crescer profissionalmente sem os mesmos olhares cheios de preconceito que sinto nas ruas, lojas, bares, bancos e supermercados duvidando da minha capacidade, e de poder proporcionar a mesma oportunidade que tive para vários outros profissionais que certamente já sofreram prejulgamento pela sua cor.

Na VATI eu tenho liberdade de atuar com um olhar inclusivo, que pratica a empatia e, sobretudo, acredita que o ser humano é o principal ativo de uma organização.

Nossa empresa tem muito orgulho da diversidade - mas vale dizer que nunca foi uma questão da moda, posso afirmar que é essência. Na VATI cerca de 45% das vagas de liderança estão devidamente ocupadas por mulheres, sendo bem sincero o gênero, seja ele qual for, não é uma condição, na Vati o que circula são pessoas potentes, qualificadas e posso dizer que felizes por serem exatamente quem são. Sim, precisamos falar mais sobre diversidade nas empresas, não é uma questão de cotas, afinal toda organização, não importa sua natureza, é uma empresa social.

* Adilson de Mora, tem 39 anos, é formado em Ciências Contábeis e é gerente de Recursos Humanos da VATI, empresa de tecnologia para comunicação e marketing,


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