O papel da infraestrutura de mercado no desenvolvimento do segmento de seguros no Brasil

Participaram também Otávio Damaso, diretor de Regulação do Banco Central do Brasil, Sérgio Odilon, consultor de mercados financeiros e de capitais, Jorge Sant’Anna, diretor-presidente da BMG Seguros e Gesner Oliveira, coordenador do Centro de Estudos em Infraestrutura e Soluções Ambientais da FGV EAESP.

Otávio Damaso foi o primeiro a se pronunciar. “O regulador tem vários objetivos e um deles é tornar o sistema eficiente e sólido. E quando digo isso é uma eficiência em todas as suas dimensões: produtos e serviços bons para a sociedade”, afirmou.
Ele disse que o processo de inclusão faz parte desse escopo. “Naturalmente, nós os reguladores nos deparamos com algumas instituições que não percebem o papel do regulador nesses processos”, disse. Para ele, o processo de inovação nos moldes que acontece hoje é inevitável. “O regulador faz de forma organizada. Os players devem ver como oportunidade e não desafio ou afronta”, sintetizou.

Solange disse que servidores públicos e reguladores são o que a sociedade quer. “Conduzimos as demandas de forma organizada. Hoje, a Susep recebe a informação com defasagem de tempo enorme. Acho que estamos em um processo evolutivo rápido”, destacou.

Ela ressaltou que a Susep está trabalhando fortemente tentando atender demanda da sociedade. “Estamos desregulamentando o mercado para permitir produtos que se adequam a um mundo tecnológico em que a inovação tem impulsionado mudanças rápidas”.
Ela explicou ainda que há uma busca pela tecnologia como aliada do processo de vendas. Para ela, a chegada do PIX será importante.

“Quando falamos em microsseguro, alguns seguros não fazem sentido pagar boleto bancário, por exemplo, com o Pix vamos baratear o sistema de pagamento e impulsionar o microsseguro”, aposta.

Solange revelou ainda que nessa sexta-feira deve ser divulgada o resultado do sistema de sandbox. “Vamos ter um impacto enorme, serão muitas empresas entrantes. Assinamos hoje a convenção do sistema do registro de operações e o setor pode começar a contratar”, revelou.

Ela disse que será possível proporcionar mais ousadia e inovação nos produtos que o mercado pode criar. “O sistema é muito regulado e isso inibe a criação de novos produtos”, analisou.

Ela afirmou ainda que a Susep deve entrar no Open Insurance em 2021. “O Pix e open banking são instrumentos importantes assim como registro de operações”, disse.