SINDSEGRS Promove Live Com o Presidente da Fenseg

Trindade iniciou sua participação explanando a respeito do comportamento de mercado de seguros de danos nesse período de pandemia. “No primeiro semestre de 2020 o segmento de seguros de danos e de responsabilidades arrecadou R$ 36 bilhões de reais, pagando aproximadamente R$ 18 bilhões em indenizações. Se compararmos os números do primeiro semestre deste ano com os relativos aos do mesmo período de 2019, nosso mercado decresceu apenas 0,8%.

Diante da crise que estamos enfrentando, isso representa um resultado excelente”, argumentou o presidente da FenSeg. “Se forem excluídos dessa estatística os dados do seguro DPVAT, nosso segmento cresce 2,5% em relação a igual período de 2019. Isso é surpreendente. O Rio Grande do Sul ocupa atualmente a quinta colocação no ranking nacional de arrecadação de prêmios, tendo arrecadado R$ 2,5 bilhões, o que representa quase 7,5% do total nacional. É uma coisa impressionante”, disse Trindade.

Bini perguntou ao convidado especial sobre qual produto vem apresentado maior crescimento no primeiro semestre e também que tipo de seguro está registrando queda. “Existe mais gente comprando proteção para o risco rural, o que fez crescer os seguros agrícolas, assim como também houve aumento significativo para seguros contra ataques cibernéticos. Embora, essa última modalidade apresente uma base de prêmios pequena. Os seguros de garantia extendida, que são muito ligados a consumo de produtos de linhas branca e marrom, foram os que tiveram maior retração com um percentual de redução de 22%. Isso ocorreu devido a grande diminuição de vendas no varejo”, informou o convidado.

Ao ser questionado a respeito de mudanças que afetaram o mercado na pandemia, Trindade argumentou que tanto as companhias como as corretoras de seguro reagiram bem às modificações abruptas provocadas pelo isolamento social. “De uma maneira muito rápida as seguradoras conseguiram colocar seus colaboradores e equipes para trabalhar em home office. E essa incorporação dos meios remotos veio pra ficar. Creio que de agora em diante haverá a combinação do trabalho tradicional com o modelo home office. Ocorrerá cada vez mais uma interação ágil através de instrumentos e ferramentas digitais. A atuação remota irá facilitar a vida das pessoas na medida em que evitarão muitos deslocamentos longos”, apontou o executivo.

O presidente do SINDSEGRS concordou com a avaliação de Trindade sobre a incorporação de ferramentas digitais e do modo remoto ao trabalho operacional, relembrando um fato que exemplifica bem aspectos relativos a regulação de sinistros. “Acabamos de enfrentar um ciclone bomba na região sul em que muitas seguradoras fizeram a regulação de sinistros através de fotos e whatsApp, em que os peritos das companhias contatavam diretamente os segurados. Em cerca de 20 dias vários clientes já haviam sido indenizados”, exemplificou Bini.

Ao avaliar o contexto econômico diante da atual situação após cinco meses de reclusão social e paralisação de vários segmentos, Trindade citou ações que deverão gerar o aumento das atividades econômicas. “Os R$ 600 dados mensalmente pelo governo para as pessoas de baixa renda sobreviverem acaba por retornar na forma de consumo, disparando a cadeia produtiva que engloba fábricas, varejo e construção civil. Atualmente a taxa de juros é menor e o crédito está mais barato. Na minha visão o fundo do poço já ficou para trás e boa parte de recursos que eram investidos no mercado financeiro deverão migrar para a atividade produtiva para gerar riqueza”, destacou o presidente da FenSeg.

Especificamente sobre o mercado segurador, Trindade vê com otimismo ações que deverão impulsionar o setor: “a Susep está colocando em consulta pública uma série de normas, seja para seguros massificados ou para grandes riscos de seguros de danos, que dará um impulso muito grande ao lançamento de produtos intermitentes e produtos mais simples”, observou o executivo. “A pandemia está deixando como legado na sociedade a consciência de que é preciso buscar proteção já que riscos existem e que parte deles poderão ser absorvidos pelo mercado de seguros”, complementou Trindade.

Ao explanar sobre as novidades que estão tramitando no legislativo acerca de mudanças e novidades para o setor de seguros, Trindade disse que “a Susep está colocando uma consulta pública para permitir que seguradoras com capitais menores possam trabalhar em nichos e desenvolver novos produtos que não são oferecidos pelas companhias tradicionais. Isso vai gerar uma competição positiva e criará um patamar novo para os próximos anos”.

Quando foi indagado sobre qual tipo de produto o corretor de seguros deveria escolher para ter mais oportunidades de comercializar, Trindade explicou que não elegeria nenhuma carteira específica. “O profissional de vendas de seguros deverá conhecer profundamente seus clientes, tanto pessoas físicas como jurídicas, para poder oferecer a eles as soluções que apresentam o melhor custo benefício”, destacou o presidente da FenSeg. Ao focar nos hábitos de consumo dos novos segurados, Trindade apontou outras possibilidades de negócios como os seguros de cobertura intermitente, além de seguros para telefones celulares, viagem, para proteção de dados cibernéticos e até para perda e roubo de cartões bancários.

125 anos do SINDSEGRS

Na abertura dão evento virtual o presidente do Sindicato das Seguradoras no RS, Guilherme Bini, destacou que a live comemorativa aos 125 anos da entidade ocorre por causa da pandemia. O executivo relembrou o papel da instituição, salientando o pioneirismo do sindicato em todo o Brasil. Ele ainda fez homenagens aos ex-presidentes e aos atuais colaboradores do SINDSEGRS, além de ressaltar uma ação feita para celebrar a data festiva. “Fizemos uma doação financeira para a Casa do Menino Jesus de Praga. O dinheiro que investiríamos numa festa tradicional foi destino a essa instituição filantrópica”, informou Bini.