Escolas de negócios podem contribuir para reduzir sub-representação feminina em cargos de liderança

Mesmo com os recentes avanços contra a desigualdade entre gêneros no ambiente corporativo, a sub-representação feminina em cargos de liderança segue sendo um desafio permanente, principalmente em relação à alta gestão. Como uma das principais escolas de negócios dos Estados Unidos, a Fuqua School of Business, da Duke University (EUA), aposta em diferentes medidas que contribuam para mitigar essa questão.

Por meio de uma série de políticas que vão desde o fomento à organização de eventos liderados pelas mulheres do campus até a realização de cursos especificamente voltados a amparar a formação de lideranças femininas, o foco é a construção de uma comunidade heterogênea que permita a cada estudante alcançar seu potencial.

Um dos destaques, nesse sentido, é o curso Mulheres na Liderança, dedicado exclusivamente a examinar as questões enfrentadas por profissionais que aspiram alcançar cargos na alta gestão. O objetivo é analisar as dificuldades e discutir estratégias que possam ser usadas para superá-las. “Há uma clara lacuna de liderança feminina no mercado de trabalho”, diz Russ Morgan, reitor associado sênior da Duke Fuqua, ao apresentar o curso. “Por isso, queremos ajudar os estudantes a navegar nesse cenário, o que necessariamente passa por entender as estruturas sociais, psicológicas e estruturais que levam à diferença de tratamento dedicada a homens e mulheres.”

O curso, oferecido no contexto do Master in Business Administration (MBA) em tempo integral (Daytime) da Duke Fuqua, não é voltado apenas para o público feminino, na medida em que cria um fórum no qual homens e mulheres podem discutir a diversidade no ambiente de trabalho de maneira franca.

Homens como aliados

A mesma preocupação em cultivar alianças com estudantes homens pode ser observada em outra iniciativa da escola de negócios, a Associação de Mulheres nos Negócios (AWIB, na sigla em inglês), uma organização liderada pelas próprias estudantes. Constituída para promover o desenvolvimento profissional das alunas da Duke Fuqua, a entidade visa promover conexões entre a comunidade e dar visibilidade para questões e desafios que as mulheres enfrentam no ambiente corporativo. Nesse contexto, a entidade estabeleceu o Programa Embaixador Masculino, que conduz discussões sobre o clima na universidade em relação à diversidade.

O resultado das iniciativas pode ser observado na elevada presença feminina entre os estudantes da Duke Fuqua: na turma de 2021 do MBA em tempo integral (Daytime), 43% dos alunos são mulheres, um recorde para o programa. Já no curso Master of Quantitative Management: Business Analytics (MQMS), as mulheres já são maioria, representando 56% dos estudantes.