Representante da Confederação Nacional da Agricultura Quer Fortalecimento do Seguro Rural e Reclama de Venda Casada
A atual política de crédito rural dá sinais de esgotamento e não tem mais condições de atender os produtores. A defesa de novos modelos e de outras formas de financiamento foi feita pelo representante da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio da Luz, que participou de uma audiência pública, no dia 22/5, da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado.
A entidade alertou sobre a necessidade de se combater problemas antigos, como a burocracia, a falta de transparência, o constante atraso na liberação de recursos e a total sujeição dos produtores a abusos das instituições financeiras, o que inclui a venda casada de serviços bancários. O dirigente reclamou:
- Uma questão séria a ser resolvida é a reciprocidade bancária exigida: os juros de 8,5% ao ano do anúncio do Plano Safra viram facilmente 16% ao ano com os penduricalhos que o banco empurra. Quando o produtor é obrigado a fazer um consórcio; um título de capitalização; um seguro de vida ou um plano de previdência que ele não quer, seu custo real com a operação dispara. Tudo isso é custo real. Esse custo do crédito rural está ficando mais caro porque temos concentração de agentes financeiros e um processo muito complicado e burocrático. Quanto mais burocracia, mais chance de haver operações casadas — lamentou.
O representante da CNA também defendeu incentivos para a contratação de seguro e alguns projetos de lei em tramitação no Congresso, como a simplificação do processo regulatório (PL 10.499/2018) e a proteção da subvenção econômica ao prêmio do seguro rural contra contingenciamentos orçamentários (PLS 185/2017).
O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) concordou com as queixas e disse que tem que haver uma forma de parar os abusos cometidos pelas instituições financeiras.
— Tem que haver uma forma. Não quero saber de meta para gerente. É um abuso. Ele vende seguro, consórcio, qualquer coisa. E quanto pior a situação do produtor, maior é o custo desses pacotes que lhe são empurrados. Isso não pode acontecer. O próximo Plano Safra tem que achar uma trava para isso. Vamos tirar esses penduricalhos de cima dos produtores. Vamos achar uma forma de fazer isso — defendeu.
SINCOR-RS COMENTA
Há anos temos denunciado a venda casada promovida por bancos, que costumam empurrar goela abaixo algo que o tomador de empréstimo não quer ou não precisa. Disse bem o senador gaúcho Luis Carlos Heinze: “tal hábito é um abuso”.
Nós, os corretores profissionais de seguros, esperamos que esta manobra seja coibida de verdade.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>