Arquitetura como Ferramenta para Melhorar as Relações de Trabalho

Pensando nisso, o arquiteto Jr Piacesi, à frente do escritório Piacesi Arquitetos Associados, traz pela primeira vez para a Casa Cor Minas, que acontece entre 7 de agosto e 16 de setembro em Belo Horizonte, um projeto com soluções descomplicadas e muita criatividade. Ele assina o espaço Corporativo, que conta com dois pilares: a neuroarquitetura - ciência que estuda o impacto dos ambientes no cérebro e no comportamento humano - e a biofilia - movimento que busca reconectar as pessoas com a natureza.

O resultado é um escritório coworking que propicia a sensação de bem estar e descontração, no qual a mente se sente livre para inovar e compartilhar ideias. "Os espaços corporativos não podem ser engessados. Nosso projeto coloca as pessoas em primeiro plano. Ele foi criado de forma a pensar como vamos nos apropriar daquele ambiente", explica o arquiteto.

Em uma área de 70m², Piacesi priorizou a distribuição interna e a funcionalidade dos ambientes, de forma a humanizá-los. Para isso incluiu elementos aconchegantes, como o jardim suspenso sobre a bancada em mármore na recepção. "Estudos relacionados à biofilia apontam que a proximidade da natureza, reforçada com a presença de plantas no local de trabalho, tem efeito na concentração durante a jornada do dia a dia", elucida.

O projeto oferece ítens de conforto, como o computador sustentado por um braço articulado que deixa toda a extensão da mesa livre, o sofá em verde lavado e cortinas automatizadas em veludo preto fosco, dispostas em curva, que imprimem fluidez e agregam a função de integrar ou dividir os ambientes.

O espaço de trabalho traz prateleiras de fora a fora que evocam a sensação de lar, além de uma linha especial de mobiliário suíço da marca Vitra, assinada pelo arquiteto francês Jean Prouvé. Já a sala de reunião conta com mesa redonda para oito lugares, no mesmo material da recepção, porém com acabamento diferente. Para dar um ar de bossa nova, foram utilizadas cadeiras assinadas por Sergio Rodrigues e mobiliário da São Romão. A cortina de voal branca, com sistema automatizado para abertura e fechamento, proporciona momentos de privacidade para atendimento a clientes.

Uma proposta que quebra com o layout segmentado e rígido das paredes e apresenta um espaço integrado, no qual o nível hierárquico é trabalhado de forma linear. “Esse é um novo conceito para empresa, que leva um olhar mais humano para o espaço e para o usuário. Um olhar que potencializa o cuidado”, finaliza Piacesi.