Quatro situações que as empresas optariam no lugar das seleções para vencer a Copa

O maior evento esportivo do mundo está chegando na fase final. A Copa, que mobiliza 32 países, centenas de atletas e bilhões de espectadores, vem causando muitas emoções na sua reta final. É comum ver discussões sobre qual equipe é a favorita para ser a campeã e quais as melhores abordagens técnicas devem ser adotadas.

Fazendo a analogia para o mundo dos negócios, se mudarmos os termos futebolísticos para conceitos corporativos, fica fácil fazer um paralelo entre o esporte e o mundo empresarial, que também demanda a escolha da melhor tática para ter sucesso. Por isso, ouvimos de executivos de empresas e empreendedores o que eles fariam para vencer a Copa nos negócios. Veja o que eles disseram:

Elenco fortalecido

A lista dos 23 convocados faz a diferença em campo, assim como os profissionais que constituem as equipes nas organizações. O entrosamento e a sinergia, quando aplicados taticamente, valem muito mais do que talentos fora da curva correndo cada um para um lado. Segundo Pedro Lage, CMO da ISEE, empresa especializada na gestão de e-content para o varejo online, o ambiente colaborativo é imprescindível para cada resultado. "No caso do varejo, emprestamos talentos de diferentes áreas, ajudamos a desenvolver diferentes habilidades, e contamos sempre com um plano tático bem definido e um banco de reservas preparado para qualquer necessidade".

Em "titês" seria algo como investir na entrosabilidade para gerar resultabilidade. Para Silvana Torres, presidente da Mark Up, agência referência em Brand Experience e filiada à internacional Jack Morton, um bom time ganha jogo, mas para ganhar campeonato é preciso ter elenco. "Com todos os setores jogando juntos, da preleção - que a gente chama de briefing - até o apito final - que a gente chama de execução. E o que a gente entende por resultado vai além do placar. Ganhar não basta. É preciso encantar, marcar a alma das pessoas, curtir cada lance das campanhas, das ações e dos programas que elaboramos".

Liderança, dentro e fora do campo

O maestro, mister, professor ou técnico, essa figura é tão importante quanto aqueles que estão dentro do campo. Uma liderança competente e preparada é como um gestor, que precisa administrar diferentes perfis, delegar tarefas e mediar conflitos. Para Rafael Albuquerque, CEO da Unitfour, que fornece banco de dados para companhias de diversos segmentos, um líder precisa capacitar, promover o engajamento e, por vezes, desafiar seus "jogadores" para montar um grupo forte e capaz de enfrentar desafios.

O mesmo vale para o famoso capitão, que conduz o time dentro de campo, com seu papel de comandar e dar ordens, e sabendo comunicar em prol da união do time. Maíra Pimentel, cofundadora da Tamboro, startup de inovação para educação, explica que assim como no futebol, que a faixa de capitão pode ser destinada a diferentes pessoas, o mesmo acontece nas empresas. "Quem está à frente de um determinado projeto pode não estar em outro. A diversidade na liderança, e nas equipes, aumenta a produtividade e enriquece a qualidade dos resultados. Times mais diversos e democráticos tendem a gerar soluções mais criativas".

Cabeça fria e fair-play

A provocação entre jogadores para atrasar e desestabilizar, conhecida pelo termo "catimba" no mundo do futebol, também existe no ambiente corporativo. Para evitar faltas e até possíveis expulsões é preciso desenvolver a inteligência emocional, competência cada vez mais valorizada. Ter tranquilidade perante o adversário é um dos pontos destacados por André Zukerman, diretor da Zukerman Leilões. "Manter a calma, saber de seus pontos fortes e conhecer a situação são atitudes fundamentais para fazer bons negócios, sem deixar que atitudes alheias afetem seu desempenho. O fair-play é válido em qualquer âmbito, e no mercado o bom relacionamento e contribuição dos concorrentes beneficia a todos".

Preparação

Um evento deste porte requer uma grande dose de preparação. No que diz respeito ao reconhecimento do campo, é importante saber onde e com quais condições o seu time entra em campo, levando em conta clima, localização e outros. No mundo corporativo, uma expansão bem-sucedida também deve contar com essa etapa. "O produto ou serviço precisa ser testado e avaliado rigorosamente, para então ser apresentado a consultorias especializadas, mentorias com profissionais de mercado locais, prospecção de clientes e investidores, para que a implementação seja realizada conforme o esperado", afirma Hildo Rocha, managing director da Shelfpix, startup brasileira selecionada pelo programa StartOut Brasil para iniciar operações na Alemanha.

Isso também afeta a equipe. Nas histórias das Copas já vimos inúmeros casos de seleções que sem tradição, tiveram resultados melhores que os times grandes com alto investimento. Segundo Francisco Cantão, sócio-diretor da Proxy Media Marketing Digital, agência de Marketing Digital, isso acontece porque um time motivado, preparado e sabendo aonde quer chegar, consegue superar as limitações e tem uma entrega acima do esperado.