Novos unicórnios brasileiros: realidade ou previsão?
O cofundador da Wharton Alumni Angels Brasil, Guilherme Freire, explica panorama do empreendedorismo brasileiro no que diz respeito às startups e aos novos ou possíveis “unicórnios”
O ecossistema brasileiro de startups está com fortes candidatas a se tornarem, efetivamente, os novos unicórnios gerados no Brasil. Esse conceito foi criado no Vale do Silício e foi dado a startups que são vendidas por um bilhão de dólares ou abrem capital na bolsa de valores. Até então, existia o mito que o Brasil não conseguiria "parir" unicórnios tão cedo, um pouco pela falta de tradição do país em inovação, o que não atraía muitos aportes.
O estilo do empreendedor brasileiro - e a falta de preparo técnico da maioria - acabava desanimando investidores nacionais e estrangeiros. Isso sem falar na burocracia que, no Brasil, esmorece qualquer pessoa agilizada e com vontade de crescer nos negócios. Além disso, a crise econômica afetou o interesse dos investidores, mas não impediu que os empreendedores nacionais continuassem a desenvolver negócios inovadores e enxergassem um país continental, com uma população consumidora maior do que a de muitos países desenvolvidos.
Os investimentos são essenciais para a avalanche de startups bilionárias. Diferentemente da das empresas brasileiras de tecnologias tradicionais, as startups brasileiras operam em um modelo muito baseado em escalabilidade por meio de aportes externos. A partir do momento que chinesa Didi Chuxing comprou a 99, avaliada em mais de US$ 1 bilhão - mas sem valor de venda oficial divulgado - a fábula do "Brasil sem unicórnio" ruiu e os investidores começaram a olhar para cá com olhos de cifrão.
Assim, com a ascensão à maturidade das nossas startups, esse é o começo de uma nova era de investimentos. É o encerramento de um ciclo, o da onda das fintechs, e que deve ser coroada com a saída bilionária de empresas como Nubank, PagSeguro e Guia Bolso, que, possivelmente serão os novos unicórnios do País.
Essas três empresas já são consideradas por parte da imprensa como unicórnios, por conta de seus respectivos valores de mercado. Possivelmente, quando elas abrirem capital na bolsa, um novo ciclo de empreendedorismo se iniciará, com investimentos no setor, geração de empregos, e grande movimentação da economia.
No mais, acredito que uma nova onda de startups está por vir: as do setor de educação, e mobilidade urbana. A previsão é que esses novos nichos de empresas mexam com o mercado e, quem sabe, não se tornem novos unicórnios?
*Guilherme Freire é MBA pela Wharton Business School na Universidade da Pensilvânia e Co-fundador da Wharton Alumni Angels Brasil
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