Roubos nas estradas ganham terreno com deficiência na logística
Com gerenciamento de riscos e contratação de seguros, empresas de logística reduzem perdas. Cada vez mais estas empresas têm reconhecido a importância do seguro para suas operações. Perdas causadas por roubo de cargas ou acidentes provocados pelas más condições das estradas brasileiras podem gerar gastos que chegam a 10% do faturamento.
Outros dados expressivos também reforçam a necessidade de proteção ao segmento. Nos últimos cinco anos, a área de transportes movimentou R$ 21,3 bilhões. Além disso, os custos de transporte no Brasil atingem 7% do PIB, a estocagem 4% e a armazenagem 0,6%. Esses números evidenciam que os custos com a cadeia logística impactam diretamente na economia do País.
O diretor da área de Riscos e Seguros da DHL Logistics Brazil, Guilherme Brochmann, durante painel específico durante o 12º Seminário Internacional de Gerência de Riscos e Seguros, promovido pela Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR), em São Paulo, os roubos de mercadorias podem causar prejuízo compreendido entre R$ 1,6 bilhão a R$ 2 bilhões. “Segundo os últimos dados da Susep, os roubos representam 84% dos sinistros no primeiro semestre de 2017”, revelou Brochmann.
Para o gerente de riscos na Herco Consultoria, Luciano Póvoa, o risco é inerente à logística. Póvoa sugere o mapeamento dos fluxos logísticos e os problemas que ocorrem nos processos de armazenamento e transporte. Os empresários devem preocupar-se em garantir recursos de proteção e tecnologia, esta na prevenção de acidentes. “Temos observado falta de integração entre as áreas de seguros, riscos e logística. O maior desafio é capacitar o gestor de risco”, constatou o gerente.
Por outro lado, Póvoa acredita que o engajamento de todos – transportadoras, embarcadores, seguradoras, corretoras, consultoria de riscos, operadores logísticos e empresas de gerenciamento de risco – poderá haver uma melhora contínua da logística, sobretudo no modal rodoviário, que representa 58% da matriz do transporte.
Logística é dependente do transporte rodoviário. “Quanto custa o produto não chegar ao seu destino final?”, questiona Póvoa. Ele insiste na obrigatoriedade na capacitação de pessoal – no caso os motoristas – que desconhecem regras clássicas de gerenciamento, entre elas a política de segurança da empresa, simulação de ocorrências, técnicas de direção defensiva e cursos sobre o controle de riscos de uma operação de transporte de cargas.
Na análise Guilherme Brochmann, o governo não investe na recuperação das estradas e em segurança porque está “quebrado”. E disse mais: “Não fosse a adoção de gerenciamento de riscos por parte das empresas, as perdas seriam muito maiores. Temos de recuperar 30 anos de atraso”.
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