Desigualdade cresce no País em 2017
Concentração de renda no mundo também avança, exigindo políticas mais justas de distribuição da riqueza
O Brasil está mais desigual no plano social, exigindo políticas mais efetivas para combatê-la. Segundo relatório da Oxfam publicado nesta segunda-feira, os cinco maiores bilionários brasileiros concentram juntos riqueza equivalente à da metade mais pobre da população do País. Ou seja, os empresários Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Herrmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev) e Eduardo Saverin (Facebook) são, segundo ranking da revista Forbes, os cinco brasileiros mais ricos, detendo uma fortuna total de US$ 84,9 bilhões. “O que vemos é um aumento absurdo da concentração de renda e riqueza no mundo, provocando mais pobreza e o aumento das desigualdades. Isso mostra que a economia segue sendo muito boa para quem já tem muito e péssima para quem tem pouco”, afirmou Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, em comunicado.
O levantamento “Recompensem o trabalho, não a riqueza”, apresentado na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, acrescenta que o patrimônio somado dos bilionários brasileiros cresceu 13% em 2017, atingindo US$ 549 bilhões.
Por sua vez, a metade mais pobre do Brasil teve queda na sua fatia da renda nacional: de 2,7% para 2%, um indicativo de que a economia brasileira sofre com um “vício sistemático de aumento de desigualdade”, avalia Rafael Georges, coordenador de Campanhas da Oxfam Brasil. “Seria um sinal de prosperidade se todo mundo ganhasse, mas a partir do momento em que a gente tem um topo que sobe e uma base que desce, isso não é sinal de prosperidade. Isso é sinal de uma patologia na nossa economia.”, disse Georges.
O retrato pintado pelo estudo coloca o Brasil como o 3º país mais desigual na América Latina, e o 10º mais desigual do mundo, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Revisão do sistema tributário e maiores gastos sociais estão entre as propostas para minorar a desigualdade social.
No plano mundial, não é muito diferente. Segundo o relatório, de toda a riqueza gerada no mundo no último ano, 82% ficaram nas mãos do 1% mais rico, e nada ficou com os 50% mais pobres. “A desigualdade precisa ser combatida desde agora, hoje, amanhã. A economia tem que funcionar para todo mundo”, disse Georges.
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