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Gestante pode fazer endoscopia?

Foto: Daniel Reche/Pexels Foto: Daniel Reche/Pexels

O exame auxilia a investigar doenças que ocorrem nas paredes da parte superior do aparelho digestivo

A gravidez é um período marcado por muitos cuidados, a fim de garantir a saúde da mãe e do bebê. Prisão de ventre, azia, náuseas e vômitos costumam ser sintomas comuns nessa fase, mas, se eles se tornarem insuportáveis ou envolverem dores no estômago, com sinais de sangramento digestivo, pode ser necessária a realização de uma endoscopia, a fim de descobrir o que pode estar acontecendo.

Mas a endoscopia pode ser feita em gestantes? A resposta dada por especialistas é sim, mas o exame deve ser prescrito em casos específicos que envolvam situações críticas, como sangramento digestivo, suspeita de úlcera perfurada ou dor abdominal severa. Isso porque a endoscopia envolve uso de sedação, que varia de acordo com a idade e o biotipo de cada paciente, e interfere diretamente no trato gastrointestinal.

Afinal, o que é endoscopia?

Endoscopia é feita por meio do endoscópio, um tubo flexível com uma microcâmera na ponta, que é introduzido pela boca e conduzido até o trato digestivo, transmitindo imagens em tempo real para um monitor. É essencial saber para que serve a endoscopia, principalmente em caso de gravidez. É um exame indicado para investigar doenças que ocorrem nas paredes da parte superior do aparelho digestivo, que inclui esôfago, estômago e a porção inicial do intestino delgado, o duodeno.

Durante a gravidez, o ideal é priorizar tratamentos clínicos, não invasivos. Mas, caso haja indicação, a endoscopia deverá ser realizada, preferencialmente, no segundo trimestre (entre a 14ª e a 27ª semana de gestação), por se tratar de um período em que o feto está mais desenvolvido, o que reduz o risco de aborto, e o útero ainda não ocupa tanto espaço na região abdominal, reduzindo o risco de complicações.

“Devemos ter em mente que o feto é muito sensível à hipotensão materna e à hipóxia, que podem acarretar danos fetais, seja por uma super sedação ou por algumas drogas usadas na sedação. Sempre que vamos fazer uma endoscopia em gestante, precisamos nos cercar de uma equipe multidisciplinar”, aponta a coordenadora da Sociedade Brasileira de Endoscopia e Endoscopia Digestiva (SOBED) no Ceará, Patrícia Rattacaso.

Assim, toda indicação de endoscopia em gestantes deve passar por uma avaliação médica criteriosa e individualizada, e precisa ser previamente autorizada pelo médico que acompanha a gestação. A assistência pré-natal foi amplamente discutida no 62º CBGO - Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, que reuniu o setor obstetra no Rio de Janeiro, quando foi relacionada a necessidade de exames e o risco gestacional.

Quando os riscos são maiores do que os benefícios

A contraindicação de endoscopia em gestantes e demais pacientes ocorre se os riscos com a realização do exame superarem os benefícios. Tais riscos incluem fatores como pressão arterial muito baixa, suspeita de perfuração no trato digestivo e reações alérgicas graves aos medicamentos utilizados na sedação.

Especificamente no caso de mulheres grávidas, fatores que exigem cautela e são sugestivos de não realização do exame são descolamento prematuro da placenta, trabalho de parto iminente, ruptura de bolsa, doença hipertensiva da gravidez, como a pré-eclâmpsia.

Ainda sobre riscos, a sedação é vista como um ponto importante no caso das gestantes que passarão pelo exame. Sedar a mãe significa incluir o bebê nesse processo. A sedação na endoscopia costuma ser feita com medicamentos administrados diretamente na veia. Em doses usuais, essas substâncias não estão ligadas a malformações congênitas, mas seus efeitos são indiretos. A queda na pressão arterial ou na oxigenação da mãe durante o exame pode diminuir o fluxo de sangue para a placenta, reduzindo a oxigenação do bebê e levando a sofrimento fetal.

Por isso, a sedação precisa ser feita com extrema cautela e de forma criteriosa. "Os riscos da sedação para o feto são geralmente baixos quando o procedimento é bem indicado e realizado com precauções adequadas, mas não são nulos", explica o médico endoscopista e coordenador de endoscopia da Rede D'Or da Bahia, Bruno Medrado.

O próprio estresse do procedimento, combinado aos efeitos da sedação, pode provocar contrações uterinas e, em gestações avançadas, pode antecipar o trabalho de parto.

Cuidados especiais

Os cuidados incluem, ainda, jejum adequado pela gestante; avaliar se ela e o bebê estão estáveis; o posicionamento da gestante sobre o lado esquerdo, o que evita a compressão da veia cava inferior e melhora a circulação sanguínea; a monitorização da frequência cardíaca da mãe. Antes e após o procedimento, o feto deve ser monitorado. Se o procedimento for realizado após 24 semanas de gestação, sugere-se monitoramento das contrações uterinas.

O exame em gestantes deve ser realizado da forma mais breve possível. Quando a sedação precisa ser mais profunda, o ideal é contar com um anestesista, garantindo maior controle quanto aos efeitos da medicação.

Outras opções de procedimentos

A endoscopia digestiva alta não é a única opção para investigar problemas gástricos durante a gravidez. Há alternativas menos invasivas, especialmente quando os sintomas são leves e não representam risco imediato. A investigação pode ser feita por meio de exames laboratoriais e ultrassonografia de abdômen, que pode, por exemplo, ajudar a descartar causas mais amplas de dor abdominal.

No caso de a gestante apresentar pancreatite biliar ou colangite, que é a infecção das vias biliares, pode ser necessária uma endoscopia terapêutica, um tipo especial que desobstrui o canal biliar e é uma opção que substitui cirurgias. Trata-se da Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica, a CPRE, um procedimento médico que combina endoscopia e raios-X.

“A CPRE só é feita em casos de extrema complicação. Sabemos que, por conta das alterações hormonais, gestantes têm maior chance de desenvolver coledocolitíase e, às vezes, com colangite. Tentamos segurar para que seja realizado a partir do segundo trimestre devido ao risco de radiação ionizante. Outra indicação é quando há lesões traumáticas do ducto pancreático e do ducto biliar principal”, explica Patrícia Rattacaso.


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