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Por que ainda negligenciamos o dado clínico como ativo estratégico que pode salvar vidas

Por que ainda negligenciamos o dado clínico como ativo estratégico que pode salvar vidas

Por Karlyse Claudino Belli, Chief of business & data officer iHealth, empresa do grupo DoctorAssistant.ai

O Brasil registra, anualmente, mais de 250 milhões de consultas ambulatoriais e cerca de 11 milhões de internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde, segundo o Datasus. Cada atendimento gera um volume expressivo de dados clínicos: prescrições, laudos, exames e anotações médicas. No entanto, esse patrimônio informacional ainda é subutilizado pelas instituições. Uma pesquisa da Accenture apontou que apenas 24% dos médicos brasileiros utilizam prontuários eletrônicos como apoio à decisão clínica, um índice preocupante diante do potencial desses dados para melhorar o cuidado e salvar vidas.

Essa desconexão entre informação disponível e aplicação prática tem efeitos concretos. Diagnósticos são retardados, exames são repetidos desnecessariamente, interações medicamentosas perigosas passam despercebidas e oportunidades de prevenção são perdidas. Mais do que um problema técnico, trata-se de um entrave cultural. As tecnologias já permitem a interoperabilidade entre sistemas e a análise automatizada de grandes volumes de dados clínicos. O que falta é uma visão institucional que trate os dados como parte essencial do cuidado e não como um subproduto da rotina assistencial.

Hospitais e operadoras de saúde, em especial, têm potencial para liderar essa transformação. Ao integrar dados administrativos com registros clínicos reais, podem identificar precocemente pacientes com risco elevado, antecipar a necessidade de internações, personalizar programas de cuidado e avaliar se os protocolos estão gerando os desfechos esperados. Essa abordagem é conhecida como uso de real world data (RWD), ou dados do mundo real, que incluem informações clínicas e operacionais coletadas durante a rotina de atendimentos, fora de ambientes controlados de pesquisa, oferecendo uma visão mais concreta da saúde da população.

Para isso, é necessário mais do que ferramentas tecnológicas. É preciso estruturar bases interoperáveis, firmar parcerias com prestadores, garantir conformidade com a LGPD e adotar recursos de inteligência artificial e processamento de linguagem natural. O desafio real está em institucionalizar o uso estratégico dos dados, promovendo sua aplicação prática no dia a dia assistencial com suporte à decisão clínica e ações coordenadas. Em um cenário de custos crescentes e pressão sobre os sistemas de saúde, transformar dados em ação deixou de ser uma tendência para se tornar uma exigência. Dados sozinhos não salvam vidas, mas o uso inteligente deles pode salvar muitas.

**Karlyse Claudino Belli, Chief of business & data officer iHealth, empresa brasileira do grupo DoctorAssistant.ai. Especialista em Especialista em Dados de Mundo Real (RWD/RWE), registro e processamento de dados, inteligência artificial e pesquisa em saúde.


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