Julho amarelo acende alerta para o combate às hepatites virais

As hepatites virais constituem, ainda, um sério problema de saúde pública. Desde 2010, o dia 28 de julho é voltado à conscientização das pessoas sobre essas doenças através de campanhas educativas ao longo do mês.

As hepatites virais são causadas por vírus que tem tropismo preferencial pelo fígado, como os vírus “A” (HAV), “B” (HBV), “C” (HCV), “D” (HDV) e “E” (HEV). As hepatites A e E são agudas e autolimitadas, enquanto as hepatites B, C e D são as que tem possibilidade de cronificar. As hepatites crônicas B e C são as mais frequentes no nosso meio e podem evoluir assintomáticas para a cirrose e suas complicações, como o devastador câncer do fígado”, relata a clínica geral Rosângela Teixeira.

As formas de transmissão das hepatites virais são muito distintas. Os vírus das hepatites A e E são transmitidos pela via fecal-oral, através de alimentos contaminados e precárias condições sanitárias, o vírus HBV é transmitido principalmente pela via sexual, através de relações sexuais desprotegidas com pessoas contaminadas, e a infecção pelo vírus C ocorre por via parenteral, ou seja, através do contato do sangue de pessoa não infectada com o sangue de pessoa infectada. Assim, a transmissão parenteral do HCV pode ocorrer pelo compartilhamento de seringas e outros objetos contaminados. A transmissão mãe-filho do HBV ocorre com maior frequência do que o HCV. “Para todos os tipos de hepatites virais, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes diagnósticos e tratamento, quando indicado, explica.

Campanhas

Entre as estratégias de prevenção, citamos a vacinação e/ou atualização da caderneta de vacinação das crianças contra as hepatites A e B, conforme o calendário do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Igualmente importante são as ações para atualização da cobertura vacinal de adultos e trabalhadores da saúde contra a hepatite B e contra a hepatite A de populações de maior risco de adquirirem esse vírus.

A testagem rápida para os vírus das hepatites B e C está disponível nas Unidades Básicas de Saúde e são amplamente incentivadas. É essencial que todas as pessoas façam a testagem do vírus C pelo menos uma vez na vida. Essas doenças são assintomáticas até tardiamente, quando as complicações da cirrose já estão instaladas. “Devemos manter o foco no Plano de Eliminação das hepatites virais até 2030 e na vacinação contra a hepatite B de recém-nascidos, adultos não imunes e, particularmente, das mulheres em idade fértil visando prevenir a transmissão da mãe para o bebê”, esclarece.

A data é muito importante para alertar as pessoas sobre os perigos dessas doenças e a importância da vacinação contra as hepatites A e B. É essencial saber que não existe vacina contra a hepatite C e, portanto, a prevenção é o melhor remédio. É fundamental o engajamento de todos nós, governo, profissionais da saúde e população, para que seja possível ampliar o conhecimento sobre esses sérios agravos e, assim, cada um fazendo a sua parte, prevenir e combater as hepatites de maneira eficaz”, finaliza.