Alcoolismo: conheça cinco sinais de alerta

No Brasil, 4,2% da população sofre de transtorno por uso de álcool (abuso ou dependência)1. No entanto, poucos buscam tratamento e um dos motivos para essa baixa procura é a falta de percepção de que o álcool se tornou um problema. No Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, 18 de fevereiro, o CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema, destaca cinco sinais de alerta da dependência do álcool e indica opções de apoio e tratamentos gratuitos no Brasil.

“Identificar quando o consumo de álcool passou a prejudicar a saúde e a dependência se desenvolveu não é fácil. Essa progressão é sutil e decorre não somente da quantidade consumida, mas também da frequência, das circunstâncias desse consumo e das consequências à saúde do indivíduo”, explica Arthur Guerra, psiquiatra especialista em dependência e presidente executivo do CISA.

Alguns sintomas podem indicar que algo não vai bem e que o uso de álcool se tornou um problema. Reconhecê-los é uma medida importante para procurar o apoio adequado e iniciar um acompanhamento médico. Conheça os cinco principais sinais de alerta para o alcoolismo:

1) Forte desejo de beber: a vontade de beber é tão forte que a pessoa não consegue pensar em outra coisa. Também podem ocorrer episódios de “fissura”, ou seja, há um desejo intenso ou urgência em consumir álcool.
2) Dificuldade de parar de beber: a pessoa bebe mais do que planejava, em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido. Apesar de desejar e tentar reduzir ou controlar o uso de álcool, não consegue por conta própria parar de beber.
3) Priorizar a bebida, deixando de lado outras atividades e obrigações: o tempo gasto com atividades que costumavam ser importantes ou prazerosas é cada vez menor ou elas até são abandonadas. E esse tempo é usado para beber ou para se recuperar dos efeitos do álcool.
4) Continuar a beber, apesar das consequências negativas: a pessoa continua bebendo, mesmo que o álcool esteja causando problemas com a família, amigos ou colegas de trabalho. Outra possibilidade é beber em situações que represente perigo ao próprio indivíduo ou terceiros, como dirigir alcoolizado.
5) Abstinência física: na falta da ingestão de álcool aparecem sintomas como sudorese, tremores e ansiedade. Também é possível que ocorra o consumo de álcool para aliviar ou evitar esses sintomas de abstinência.

É comum também, com o passar do tempo, algumas pessoas que bebem de forma abusiva desenvolverem a tolerância. É quando ela precisa beber cada vez mais para obter o efeito desejado, ou seja, a quantidade de bebida consumida antes não traz a mesma sensação.

Quando e onde buscar ajuda para o alcoolismo? Ao reconhecer que o consumo de álcool está interferindo negativamente na saúde física, na rotina ou nas relações pessoais, é hora de buscar ajuda com profissionais de saúde. “O ideal é que se procure um médico ou psicólogo que tenha experiência no tratamento da dependência química, profissionais que farão uma avaliação diagnóstica detalhada, que permitirá a identificação do tratamento mais adequado”, orienta Guerra.

As opções de apoio e tratamentos gratuitos no Brasil são: os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD), que são unidades de saúde especializadas em atender usuários e dependentes de álcool e drogas, ou os hospitais públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Outro recurso disponível são os grupos de mútua ajuda, como Alcoólicos Anônimos (A.A.), que atualmente oferecem reuniões virtuais diariamente.

1 Organização Mundial da Saúde. Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2018. Genebra, Suíça