Brasil é o que mais apresenta desafios emocionais durante pandemia, revela pesquisa global da Experian

Após meses de isolamento social, imposto pela pandemia da Covid-19, os maiores desafios mencionados em uma Pesquisa global de Insights da Experian sobre o assunto foram aqueles ligados a questões emocionais. Ansiedade, estresse e saúde mental foram citados por 44% dos mais de 3 mil entrevistados em todo o mundo como as maiores dificuldades no momento, com destaque para o Brasil – cujo item foi citado por 56% dos brasileiros entrevistados. O país apresenta ainda os maiores índices quando os tópicos são dificuldades financeiras, citado por 49% dos brasileiros respondentes ante 37% da média global, e dificuldades físicas, com 44% das respostas, 7 pontos percentuais acima dos respondentes dos demais países. Outros pontos onde os brasileiros se sentiram mais atingidos do que média da população dos demais países foram educação das crianças e emprego, confira nos gráficos:

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, comenta que os brasileiros foram um dos mais afetados, uma vez que a maioria das respostas ficaram acima da média global. “As famílias foram muito pressionadas neste período, com demandas domésticas e financeiras. Muitos declararam ter reduzido o orçamento doméstico porque perderam seus empregos ou sofreram alguma mudança nas circunstâncias financeiras, o que traz desafios para honrar dívidas”.

Segundo a pesquisa, por aqui, a maior dificuldade de pagamento se concentra nos cartões de crédito (33%), faturas de água, luz e gás (17%) e despesas médicas (15%). No geral, 56% dos entrevistados brasileiros dizem ter alguma dificuldade em pagar contas, enquanto a média dos demais países foi de 46%. Rabi explica que, muitas vezes, as pessoas utilizam o cartão de crédito para pagar outras dívidas e evitar a suspensão de serviços, como fornecimento de luz e água. “A dificuldade em pagar o cartão pode indicar que esta pessoa já teve problemas com outras contas em aberto, tendo que utilizar este como um último recurso para manter os débitos em dia. Muitas instituições financeiras criaram linhas de crédito especiais e abriram a possibilidade de renegociação, portanto é importante utilizar estes recursos para evitar cair na inadimplência”, comenta.

8 em cada 10 empresas brasileiras criaram estratégias para ajudar os consumidores

Apesar das dificuldades financeiras, os consumidores puderam contar com o apoio das empresas. A pesquisa global, que também contou com a participação de 900 companhias de diferentes setores, mostrou que 78% dos negócios nacionais afirmaram ter um plano existente para ajudar a gerenciar seus clientes em atraso decorrentes da pandemia de Covid-19. A média global é de 70%.

O Brasil é o país no qual a maioria das empresas afirma já ter alocado recursos para recalibrar e melhorar os modelos de análises existentes, com 56% das companhias participantes fazendo esta afirmação, bem acima da média mundial de 48%. “O crédito impulsiona a economia e, durante a pandemia, as empresas tiveram que buscar alternativas que trouxessem mais segurança nas análises para não perder oportunidades, ao mesmo tempo que evitavam calotes. A inteligência dos dados, neste caso, é a melhor saída”, comenta Rabi. Aproximadamente 60% dos negócios locais afirmaram que pretendem direcionar uma fatia maior do orçamento para aprimorar as análises dos clientes nos próximos meses.

Metodologia

A Experian entrevistou 3.000 consumidores em 10 países do mundo, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, região EMEA (Alemanha, Espanha, França) e região APAC (Austrália, Índia, Japão e Singapura) sobre insights relacionados a consumo, comportamento online, entre outros. O levantamento foi realizado entre 18 e 28 de setembro de 2020.

A Experian entrevistou 900 empresas em todo o mundo, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, região EMEA (Alemanha, Espanha, França) e região APAC (Austrália, Índia, Japão e Singapura) sobre identidade dos consumidores, gerenciamento de fraude, transparência e analytics. O levantamento levou em conta os setores de tecnologia para consumidores, bancos de varejo, e-commerce e telecomunicações. As entrevistas online foram realizadas entre 16 e 30 de setembro de 2020.

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