Medicina na Itália do século XVIII
Pintor e desenhista italiano, Pietro Longhi (1701 - 1785), após trabalhos iniciais sobre temas religiosos e mitológicos, voltou-se para cenas de gênero, em que retratou de maneira bem-humorada a vida veneziana do século XVIII. ‘O apotecário’, de 1752, encaixa-se nessa vertente, mostrando o funcionamento da medicina da época.
Apotecário era um dos nomes como era conhecido algo equivalente ao farmacêutico ou boticário, no sentido de receitar, preparar e vender elixires aos enfermos. Várias funções se mesclavam, pois, como mostra a obra, ele examinava e diagnosticava os pacientes, um escrevente redigia o tratamento e um ajudante preparava as formulas prescritas.
A cena, com um enquadramento teatral, apresenta cada um dos integrantes como personagens de uma espécie de representação. É possível, além do paciente, pessoas esperando por ser atendidas numa cenografia, com uma colecção de frascos com plantas medicinais com propriedades consideradas terapêuticas.
A pintura, que pertence ao acervo da Galleria dell'Academia, em Veneza, funciona como a crônica de uma época e quase como uma aula, no sentido de mostrar o funcionamento de um processo médico desde o exame do paciente até a preparação daquilo que pode salvá-lo. Nesse sentido, o trabalho merece visões e revisões atentas.
Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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