— Mãeêê, me traz um copo d’água? — gritou lá do quarto.

Da sala, veio a resposta seca, acompanhada do tom típico de quem já está perdendo a paciência:

— Vai dormir, menino!

Mas o pequeno insistente não se deu por vencido. Passaram alguns minutos, e lá veio ele de novo:

— Mãããe, me traz um copo d’água?

— Já falei pra dormir! — retrucou a mãe, agora um pouco mais irritada.

Silêncio... por breves segundos. Logo em seguida, a mesma voz fininha rompeu o sossego:

— Mãe, me traz um copo d’água?

Foi a gota d’água — menos a que ele queria. A resposta veio com ameaça:

— Se eu tiver que ir aí, vou te bater!

O menino pensou um instante. Então, com a tranquilidade de quem sabe exatamente o que quer, soltou:

— Tá bom... mas quando vier me bater, traz o copo d’água?

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