Os avanços tecnológicos e intelectuais que temos alcançado nas últimas décadas, especialmente em anos recentes, são marcantes no atual estágio de progresso da Humanidade.

Todos os dias somos informados de novas conquistas nos campos da astronomia, da física, biologia, comunicações, saúde. E, mais recentemente, da inteligência artificial.

Por outro lado, nossa sociedade nunca esteve tão carente de valores morais e de um propósito superior que plenifique os indivíduos.

Há uma ânsia de paz só vista nos momentos de grandes crises e convulsões transformadoras da sociedade.

Na esfera individual, temos cogitado apenas acumular conhecimento, esquecendo que é preciso dar-lhe um direcionamento útil.

Se é formidável adquirirmos os saberes do mundo, mais relevante é concentrar esforços no que seja importante ao Espírito imortal que somos, para nossa edificação e dos que nos compartilham a existência.

Porém, conhecimento sem consciência é qual uma ave que não voa, pois lhe falta uma das asas.

No quadro do aprendizado como Espíritos matriculados na escola Terra, temos como oportunidades a verdade, o livre-arbítrio e o tempo.

Como disciplinas e professores, temos a paciência, as dores, o amor...

Como desafio, o de vencermos o homem velho, que se compraz na inveja, na violência, no cinismo e nos vícios de toda ordem.

É lícito aproveitarmos tudo que a vida nos oferece, com simplicidade e ponderação.

O ouro não degrada.

A propriedade não encarcera.

O poder não perturba.

A ciência não resseca as fontes do sentimento.

A força não desequilibra.

A autoridade não envilece.

O ponto de vista não isola.

O descanso não prejudica.

A despesa não arruína.

É a sombra do egoísmo, em que ainda nos comprazemos, que faz com que transformemos a vivência dessas situações em avareza, ambição, tirania, vaidade, cativeiro, violência, intolerância, ociosidade e excessos.

Aprendamos com os elementos da natureza, servindo-nos dos recursos ao nosso dispor, na medida exata das nossas necessidades.

Em lição de amor, o rio só ocupa a faixa de terra que demarca seu leito precioso, até atingir o oceano.

As árvores só florescem nas estações que lhe são próprias, e retiram do solo somente os nutrientes necessários para a vida e a produção do fruto que garantirá a preservação da espécie.

A semente na terra, aguarda, pacientemente, o tempo certo para eclodir, transformando-se na bênção de flores e frutos.

De nossa parte, aprendamos a esclarecer sem perturbar ao outro. Aprendamos a silenciar, quando a ocasião assim o exija.

Usemos a palavra para levar a paz e apaziguar os ambientes, procurando ser úteis sem vaidade.

O conhecimento é o alicerce que nos auxilia a construir a asa da consciência, impulsionando-nos à Espiritualidade.

Não nos permitamos estacionar no tempo, repetindo lições. Persigamos a sabedoria, que soma conhecimento e consciência, asas que nos permitirão elevar-nos com mais rapidez.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 31, do
livro Passos da vida, por Espíritos diversos, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. IDE.
Em 14.6.2025.